Biblioteca Brasiliana recebe exposição inspirada em livro de Lima Barreto

Por Elena Souza*

Escritor Lima Barreto – Fotomontagem: Feliza Santos/BBM-USP

A Biblioteca Guita e José Mindlin (BBM) da USP inaugura no dia 7 de junho, às 10 horas, na Sala BNDES, a exposição O Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto. A mostra gratuita faz parte do projeto A Imagem e a Palavra, da artista plástica Altina Felício.

Com a colaboração de artistas visuais que fizeram uma imersão na narrativa do escritor pré-modernista Lima Barreto, serão apresentadas obras de diversos estilos, como gravuras, aquarelas, óleos, acrílicas, fotografias e instalações. A performance Policarpo e a Vedete, de Regina Müller, será realizada na abertura e no encerramento da exposição.

Com diferentes formações acadêmicas e experiências, os participantes compartilham o grande interesse pela arte como expressão. Ana Maria de Niemeyer, André Reis Balsini, Ângela Barbour, Beth Pacchini, Bia Black, Constança Lucas, Fernando Ekman, Hélio Schonmann, Isabel Pochini, Ivani Ranieri, Ivanir Cozeniosque, Laura Cardoso Pereira, Lilian Arbex, Lygia Eluf, Lourdes Sakotani, Maura Takemiya, Paulo Barreto, Pedro Maluf, Rafael Augustaitiz, Renata Antunes, Ruth Kelson, Ruth Tarasantchi e Vicencia Gonsales são os artistas convidados.

A mostra integra o projeto A Imagem e a Palavra, que surgiu há anos com o intuito de reunir um grupo de artistas para uma exposição coletiva na qual o livro e as palavras são a grande inspiração para a produção artística visual, que é definida não como uma ilustração, mas como o resultado dos sentimentos provocados no artista pela leitura.

A artista plástica Altina Felício – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em outras exposições do projeto, os pontos de partida foram textos de autores como Jorge Amado, Clarice Lispector e Mário de Andrade. Dessa vez, a escolha foi por Lima Barreto e sua obra O Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), na qual um sujeito patriota passa por grandes decepções frente a situação política e social do Rio de Janeiro no século XIX. Segundo Altina Felício, que projetou e finalizou o projeto da exposição, “a obra evidencia a história de um nacionalista que, mesmo com as adversidades, buscava sempre realizar seu sonho”.

Altina Felício nasceu em Goiás e viveu sua infância e adolescência em um ambiente de grande contato com a natureza, experiência que a inspira e se revela em suas produções. Mais tarde, mudou-se para São Paulo, onde construiu carreira no meio das artes. A artista plástica, que também atua como professora na área, já teve trabalhos expostos em diversos estados brasileiros, além de países como Alemanha, Estados Unidos e Portugal.

Somada a memórias e emoções, inerentes à obra de Altina, a persistência se mostra como uma outra motivação marcante na trajetória da goiana. Mesmo com as dificuldades que se colocam para a valorização e difusão artística, ela busca ocupar diversos espaços com a arte, expondo suas obras e promovendo parceria com colegas. “Acredito no conhecimento, no trabalho, na vontade e coragem para aprender cada vez mais. Como dizia Picasso, a inspiração é dez por cento — noventa por cento é trabalho!”, destaca a artista.