Após mais de um ano de pandemia, pesquisadores e demais especialistas acumularam conhecimentos sobre o tema. Assim, surgem novos esforços da ciência para o combate à covid-19, doença causada pelo coronavírus. Para seus casos mais graves, duas tecnologias vêm se destacando: um pulmão artificial conhecido como ECMO e o tomógrafo de impedância, modelo desenvolvido em parceria com a Escola Politécnica.
Uma das características da covid-19 é a inflamação dos pulmões, o que acaba por deteriorar a entrada de oxigênio no sangue. Os tratamentos para essa insuficiência respiratória são graduais, indo desde a instalação de um cateter de oxigênio até a intubação do paciente. Caso a insuficiência persista a níveis críticos, o uso da ECMO é acionado. “A ECMO simula fora do corpo o que é o pulmão, é uma caixinha que simula o meu pulmão fora do corpo”, define Carlos Roberto Carvalho, pneumologista e diretor da UTI Respiratória do InCor, em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição, explicando que, simulando as membranas do pulmão, chamadas de alvéolos, o sangue é devolvido oxigenado ao corpo.
Se, de um lado, a ECMO é utilizada em casos mais graves, com níveis agudos de saturação, o tomógrafo de impedância pode ser usado em estágios anteriores. Partindo do princípio de condução de eletricidade pelo corpo, o tomógrafo de impedância (nome dado à oposição à passagem de elétrons), torna mais eficiente o tratamento de uma insuficiência. “Quando eu ponho a impedância elétrica, vejo quanto vai para o pulmão direito e quanto vai para o pulmão esquerdo, quanto vai para região anterior do tórax, quanto para região posterior. Quanto mais homogênea for essa distribuição do gás, melhor a troca gasosa. Com a impedância, eu consigo saber não somente quanto de ar está entrando, mas para onde esse ar está indo”, aponta o professor Carvalho.
Além disso, é importante ressaltar que a instalação de tecnologias como a ECMO ainda estão limitadas pelos altos custos que ela apresenta. Porém, estudos já apontam sua eficiência. O professor conta que, nos Estados Unidos, foi comprovado que a utilização do tomógrafo de impedância elétrica reduziu em 80% a necessidade de utilização da ECMO.
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