O Palácio Capanema, um ícone do Modernismo da arquitetura mundial, acaba de entrar em um feirão de venda de imóveis da União. O prédio entrou na lista dos 2 mil que podem ser vendidos para levantar recursos para o Ministério da Economia. A professora Raquel Rolnik diz que “muitos imóveis que pertencem ao governo federal deveriam ser usados e não são. Poderiam abrigar creches, moradias, equipamentos públicos em lugares tão necessários e carentes de localização”, avalia.
O palácio foi construído para abrigar os Ministérios da Educação e Saúde Pública; na época, Gustavo Capanema era o ministro das duas pastas. Para isso, em 1935, foi feito um concurso para que fossem apresentados projetos para o edifício. Em 1943, foi escolhido como o edifício mais avançado do mundo pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.
O palácio, cujo prédio tem 16 andares, é considerado símbolo do Modernismo. A fachada é revestida com azulejos de Candido Portinari e tem jardim de Burle Marx. O projeto tem as assinaturas dos mais importantes arquitetos brasileiros de todos os tempos. Entre eles, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Afonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcelos, Carlos Leão, Jorge Machado Moreira. Além disso, a consultoria foi do mestre francês Le Corbusier.
O prédio está sendo restaurado – uma obra de R$ 100 milhões – para que volte a ser sede de instrumentos federais, como a Funarte e Iphan, Biblioteca Nacional e Arquivo Infantil.
Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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