“A situação dos povos indígenas no Brasil é dramática”

É o que afirma o professor Pedro Dallari, alertando para o desmonte da Funai e a falta de tratamento dos povos indígenas durante a pandemia

 17/06/2020 - Publicado há 4 anos
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Apesar de avanços conquistados com a Constituição de 1988, a situação dos povos indígenas do Brasil é extremamente preocupante. É o que garante o professor Pedro Dallari em sua coluna desta semana. O colunista destaca que esta situação advém da política indigenista do atual governo. “Os mecanismos constitucionais garantiram que houvesse uma maior proteção aos índios brasileiros. Mas vemos um retrocesso brutal atualmente por causa da negativa do atual governo em dar seguimento à política determinada na Constituição”, afirma Dallari. “Há três fatores que geram grande preocupação: o desmonte da Funai, a falta de atendimento especializado à população indígena em face da pandemia do novo coronavírus e a crescente ameaça da tomada das terras indígenas”, garante o colunista.

Segundo ele, é necessário o apoio à resistência dos povos indígenas. “Na Austrália, por exemplo, nas recentes manifestações sociais, houve uma atenção especial com a proteção dos direitos dos povos aborígenes. E é importante que isso também ocorra no Brasil”, afirma o professor. “Neste sentido, em 2018 foi publicada pela Universidade de São Paulo uma obra muito importante, intitulada Mundo Indígena na América Latina, em que a líder indígena Beatriz Paredes, na época titular da Cátedra José Bonifácio, coordenou a publicação de artigos que registram a história de resistência dos povos indígenas no continente latino-americano. É uma obra que deve ser lida e examinada por todos que têm, neste momento dramático, preocupação com uma atuação mais consciente.”

Clique aqui e veja o livro de Beatriz Paredes.

Ouça no player acima a íntegra da coluna Globalização e Cidadania.


Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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