Pós-COP 25 exige maior compromisso de agentes governamentais

Gabriela di Giulio alerta que os impactos de eventos extremos exacerbam riscos já existentes nas grandes cidades

 13/03/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 16/03/2020 as 9:29
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Mudanças climáticas – Foto: Tumisu via Pixabay / CC0

O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP promove o seminário Mudanças Climáticas Pós-COP 25: Perspectivas femininas. Organizado pelo Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade, do IEA, o evento no próximo dia 16 será online, ou seja, apenas haverá transmissão na internet, devido ao aumento de casos do novo coronavírus no Brasil. O encontro é uma parceria com o projeto Latino Adapta, da Rede Regional de Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões, ligada à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

“O objetivo das COPs (Conferências do Clima da ONU) é sempre rever e criar acordos internacionais de combate às mudanças do clima. A COP-25 tinha como lema despertar nos tomadores de decisões de que é hora de agir, mas ela falhou em trazer essa urgência da crise climática dentro da implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015”, aponta Gabriela di Giulio, professora do Departamento de Saúde Ambiental, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

A perda de protagonismo do Brasil na edição da COP-25 em Madrid, após negativa da realização em terras brasileiras e transferência do Chile para a Espanha, mostra um novo posicionamento. Segundo Gabriela, a análise macro mostra que o desempenho do Brasil na questão climática tem sido conservador, ao contrário da análise micro, com as cidades cumprindo um papel muito importante nessas questões, mesmo que as ações feitas não sejam ideais. “As cidades precisam estar sensíveis para a necessidade da emergência climática, porque os impactos dos eventos extremos exacerbam os riscos que já existem nas cidades e das próprias inadequações da incapacidade do governo de tratar os serviços básicos.”

Gabriela di Giulio é mediadora do evento, que conta apenas com participação feminina. “Esse evento é muito feliz em trazer nossas contribuições e dar visibilidade às nossas vozes”, conta. Completam a mesa: Jussara Carvalho (SIMASP), Bruna Cerqueira (ICLEI-SAMS), Paulina Chamorro (Liga das Mulheres pelos Oceanos e Clima) e Luiza Muccillo (Procam IEE-USP/REDD e Agenda para o Brasil).

O evento terá transmissão ao vivo, das 9h30 às 12h. Essa é uma recomendação do próprio IEA, que solicitou aos coordenadores de eventos que os transformem em online ou adiem até 03 de abril. Mais informações sobre o evento Mudanças Climáticas Pós-COP 25: Perspectivas femininas podem ser encontradas clicando aqui.

Ouça a entrevista completa no player acima.


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