Projeto conecta universidade e empresas inovadoras para formar talentos para o agronegócio

Criado por alunos das Faculdades de Economia, Administração e Contabilidade e de Direito da USP em Ribeirão Preto, projeto tem o objetivo de aproveitar a vocação da região e o impacto do setor na economia nacional para formar novos talentos na área

 Publicado: 13/06/2024
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Projeto de inovação aberta quer conectar academia e o mercado do agronegócio – Foto: 123RF

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Criada para formar novos talentos para o agronegócio, a Agrocare, entidade estudantil composta por cerca de 40 estudantes das Faculdades de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-RP) e de Direito (FDRP), ambas da USP em Ribeirão Preto, elabora estudos relacionados a todo o setor, incluindo áreas como a pecuária, grãos, sucroenergético, mercado financeiro e sustentabilidade. 
O grupo também faz parcerias com empresas do ramo, na busca por profissionais de grande referência na área para troca de experiências. Agora, o mais novo desafio da Agrocare é analisar o ambiente de inovação aberta focado no agronegócio brasileiro. 

A entidade terá como base de pesquisa uma área localizada dentro do complexo comercial Dabi Business Park, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. Essa área reúne 26 empresas que atuam diretamente com estratégias de inovação. Uma dessas empresas é a Treesales, que firmou parceria com a Agrocare e, com isso, tem o objetivo de trazer a vivência dos projetos de inovação do mundo dos negócios para os alunos da USP.

A inovação aberta, conhecida também como open innovation, é um modelo de gestão empresarial que busca ajuda por meio de empresas, instituições e startups recém formadas para a criação de soluções de inovação com perspectivas diferentes, gerenciando tarefas, tempo e recursos financeiros de uma determinada área. 

A justificativa para a nova empreitada voltada para o agro é o fato do município de Ribeirão Preto ser reconhecido como a capital do agronegócio, por conta de sua diversidade na produção agrícola, principalmente no café e na cana-de-açúcar, e por ser um polo de inovação em agrotecnologia, sendo palco inclusive da Agrishow, maior feira agrícola da América Latina. Os alunos também querem aproveitar o forte impacto que o setor tem na economia brasileira. Segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, ele corresponde a 23,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia do País. 

Integrantes da Agrocare na feira Agrishow 2024, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil – Foto: Linkedin

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Troca de experiências

Diretora da Agrocare e aluna da FDRP, Isabelly Godoy destaca a importância do projeto. “Os alunos terão contato com o mundo corporativo, por meio de profissionais e especialistas que estão atuando no mercado. A ideia de realizarmos uma pesquisa com a experiência e os valores da empresa agrega muito para nossos membros”, afirma.  

A primeira atividade do grupo será uma imersão nos conteúdos acadêmicos e teóricos disponíveis sobre inovação aberta, pelo período de quatro meses de estudos. O grupo realizará entrevistas com os representantes das empresas focadas no agronegócio que operam ou possuem projetos ligados à inovação.

A partir desse levantamento, segundo Isabelly, os alunos desenvolverão um método de pesquisa no qual a inovação será o ponto principal do projeto. Os  alunos estarão em busca de resultados, como, por exemplo, maior produtividade, aumento de lucro e a melhoria de organizações e empresas do setor. “A ideia também é escrever um artigo científico com os resultados encontrados e com a nossa vivência dentro da Dabi.”

Isabelly Alves de Godoy, aluna da FDRP e diretora da Agrocare – Foto: Linkedin
Fred Bombonatti, consultor – Foto: Linkedin

Ainda, segundo Isabelly, essa experiência deve ter grande impacto no futuro dos estudantes envolvidos. “Além do forte networking, estamos contando muito com o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um. É muito interessante pensar que a maior parte dos nossos membros entraram na faculdade esse ano e ainda estão no primeiro semestre; mesmo estando na melhor faculdade da América Latina, existem algumas habilidades, como a comunicação, que a faculdade não ajuda”, aponta a estudante.

O consultor da empresa de inovação, Fred Bombonatti, diz que se identifica e acredita na razão da Agrocare. “Esperamos que a conexão entre academia, empresas, ciência e mercado se fortaleça com essa parceria. Valorizamos o pioneirismo da iniciativa.”

Segundo Bombonatti, o projeto será cocriado por todas as empresas de inovação, até porque se trata de algo totalmente novo para todas as partes envolvidas. “Entendemos que o agronegócio no Brasil está em busca de inovação e acreditamos que a inovação aberta é um formato que acelera essa necessidade do agronegócio.”

Para o professor Marcos Fava Neves, da FEA-RP e mentor do grupo, projetos como este são importantes para trazer experiência e para integrar os estudantes à realidade do setor. “As escolas de negócios, em geral, têm dificuldade em se aproximar do universo do agro, que é a principal força econômica do Brasil e demanda cada vez mais mão de obra qualificada. O agro está nas mesas, na roupa e na energia e precisa estar nas cabeças que pensam o Brasil”, destaca o professor.

Mais informações pelo Instagram @agrocare, ou pelo e-mail agrocare@usp.br 

Ouça entrevista da acadêmica da USP Isabelly Godoy e do consultor Fred Bombonatti à Rádio USP Ribeirão no player abaixo.

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*Estagiária sob supervisão de Ferraz Junior e Rose Talamone


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