USP tem três cientistas eleitos para a Academia Mundial de Ciências

Lista de novos membros da TWAS tem cinco brasileiros; eles farão parte da organização a partir de 2020

 17/12/2019 - Publicado há 5 anos
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Os professores da USP Edson Antonio Ticianelli, Célia Regina da Silva Garcia e Luisa Lina Villa, eleitos para a Academia Mundial de Ciências – Fotos: Sandra Sedini / IEA, Leonor Calasans / IEA e Cecília Bastos / USP Imagens

Se o orçamento da ciência para próximo ano é preocupante, pelo menos 2020 terá uma notícia boa: a Academia Mundial de Ciências (conhecida como TWAS, da sigla para The World Academy of Sciences) divulgou neste mês a lista dos 36 novos membros da associação científica e cinco são professores brasileiros de instituições públicas. Três deles são da USP: Célia Regina da Silva Garcia, Luisa Lina Villa e Edson Antonio Ticianelli. 

Professora Célia Regina Garcia – Foto: Reprodução/ABC

A professora Célia Regina da Silva Garcia é docente do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, em São Paulo, desde 1995.

Célia foi indicada na área de biologia estrutural, celular e molecular por conta de suas pesquisas, que “fez novas contribuições para a compreensão dos sinais químicos que regulam o desenvolvimento do parasita da malária”, segundo a descrição da TWAS. A malária é uma doença transmitida através do mosquito Anopheles e pode levar à morte. De acordo com dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde, a doença ocorre em 95 países.

Professora Luisa Villa -Foto: Reprodução/ABC

Luisa Lina Villa foi eleita na área de sistemas biológicos e organismos. Ela é professora do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, desde 2011. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Com trabalhos voltados à pesquisa sobre a história natural da infecção por HPV, reconheceu que a infecção persistente e de alto risco é o fator principal que leva à neoplasia cervical em mulheres. As pesquisas de Luisa também contribuíram para a criação de vacinas profiláticas para homens.  

Professor Edson Ticianelli – Foto: Reprodução/ABC

Pelas relevantes contribuições na área de eletroquímica, o professor Edson Antonio Ticianelli, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, foi eleito na TWAS. Ele é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências.

Os trabalhos do professor envolvem os processos de oxidação de hidrogênio, redução de oxigênio célula e combustível, eletrizadores de água e redução de dióxido de carbono. 

 

Brasileiros na Academia

Professora Márcia Barbosa – Foto: Reprodução/ABC

A lista que foi divulgada no dia 10 de dezembro também contou com mais dois nomes brasileiros:  Márcia Cristina Bernardes Barbosa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Wilson Savino, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Márcia Barbosa desenvolve pesquisas no Instituto de Física da UFRGS. Ela contribuiu para entender o mecanismo por trás da alta mobilidade da água em condições extremas de temperatura e pressão, assim como quando está confinada em nanoestruturas ou nanotubos de carbono.

Ganhou o prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência na área de Ciências Físicas e o Prêmio Claudia na categoria Ciência, entre outros.

Professor Wilson Savino – Foto: Reprodução/ABC

Wilson Savino é coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz. Foi reconhecido com o título de doutor Honoris Causa pela Universidade Sorbonne, na França. Suas pesquisas envolvem o entendimento da migração celular no sistema linfo-hematopoiético, migração e morte de linfócitos em doenças infecciosas, migração leucocitária em doenças autoimunes e transplante de órgãos, migração celular em leucemias e linfomas e imunoterapia, migração celular, terapia celular e em doenças neuromusculares.

Mais mulheres representadas

A TWAS escolhe cientistas filiados às academias nacionais de ciência. As pesquisas que desenvolvem devem contribuir para o desenvolvimento sustentável e para a redução dos danos do crescimento econômico ao meio ambiente. A cerimônia de posse ocorre no final de 2020, mas desde o 1º de janeiro eles já são integrados à comunidade.

Na eleição para 2020, 33% dos 36 pesquisadores são mulheres, marca até então nunca alcançada pela entidade. 

Também passam a compor a organização no próximo ano cientistas da África do Sul, Argentina, Bangladesh, Canadá, China, Cingapura, Coreia do Sul, Egito, Índia, Irã, Japão, Nepal, Noruega, Quênia e Uganda.


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