.
O surto de zika no Brasil, em 2015, acendeu os holofotes sobre a gravidade da doença e seus impactos econômicos. Mas, principalmente, sobre a ameaça que ainda o vírus pode causar em diversas regiões do planeta. Entre as estratégias de prevenção da doença está o desenvolvimento de uma vacina, que não é produzida com o vírus vivo, e já vem sendo testada clinicamente, ou seja, em pessoas, em diversas regiões das Américas e do Caribe.
O projeto envolve a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.
Para dar continuidade aos testes com a vacina contra o vírus zika ainda é necessária a participação de mais voluntários. Na cidade de São Paulo, a FMUSP está buscando adolescentes e adultos saudáveis, entre 15 e 35 anos de idade, para participar dos testes. Vale ressaltar que se trata de uma vacina de DNA, ou seja, em vez de agentes infecciosos, são utilizados fragmentos de DNA do vírus para indução da resposta imune no organismo.
Os interessados podem se inscrever pelo e-mail vacinacontrazika@gmail.com ou pelos telefones (11) 2661-3344, 2661-7214, 2661-2276.
O professor Esper Kallás, titular da disciplina de Imunologia Clínica e Alergia da FMUSP, ressalta o importante papel do voluntariado nos testes vacinais.
“A importância de testar vacinas em populações com grande diversidade genética, ou mesmo em diferentes países, é que isso nos permite saber se ela vai funcionar bem na população como um todo antes de ser adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, a participação de voluntários é fundamental”, afirma Kallás.
O Brasil possui uma das maiores coberturas vacinais do mundo, o que permitiu o controle, eliminação ou mesmo erradicação de muitas doenças mortais. Apesar disso, ainda existem temores e mitos sobre a segurança das vacinas. Nos vídeos abaixo, o professor Kallás garante que esse tipo de preparo biológico é um dos produtos mais seguros já inventados na medicina. Confira:
Neste vídeo, o imunologista fala um pouco dos temores envolvendo vacinas em diferentes épocas da história: