Foto: Wikimedia Commons

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Série da USP aborda importância das florestas para o bem-estar humano

A relação entre as áreas verdes e a saúde é tema de várias entrevistas com pesquisadores da Universidade produzidas pela TV USP Piracicaba

 18/01/2023 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 27/01/2023 as 9:28

Texto: Redação

Arte: Guilherme Castro

É fácil entender como as florestas, parques e todas as áreas verdes se relacionam ao bem-estar humano. Para aprofundar a reflexão sobre esses benefícios, foi realizado em novembro do ano passado, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, o Simpósio Florestas e Bem-Estar Humano, reunindo profissionais, pesquisadores e estudantes de diversas áreas do conhecimento. Em linha com a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, mais comumente referida como COP 27, o evento buscou trazer diversas perspectivas sobre bem-estar em ambientes naturais, a partir de resultados de pesquisas e experiências sobre a importância dos serviços ecossistêmicos para a saúde, evidenciando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em parceria com o comitê organizador do evento, a equipe da TV USP Piracicaba produziu uma série de entrevistas com oito dos palestrantes do evento (veja abaixo a relação e o link dos programas). Nas entrevistas, cada participante partilha um pouco de suas experiências e vivências em temas que vão dos desafios da mobilidade urbana nos grandes centros até projetos de rearborização de periferias, passando pelos benefícios da convivência com o verde para a saúde psicológica e emocional, processos educativos e sociabilidade humana, entre outros.

Projeto Horta Escolar - Foto: Reprodução — Prefeitura de Itapevi/Flickr

No programa de estreia o convidado foi o professor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, médico, docente da Faculdade de Medicina da USP e comentarista do Jornal da Cultura e colunista da Rádio USP. O professor Saldiva desenvolve há vários anos pesquisas que mapeiam as relações entre a saúde humana e a vida nas grandes cidades, e abordou o impacto da degradação do ambiente na saúde humana. “Você tem que entender a natureza para poder sobreviver”, afirma o pesquisador. Além dos serviços ambientais, como redução da poluição, da temperatura e umidade, o nosso organismo foi programado para enxergar essas áreas verdes e responde a isso, como diz Saldiva, levantando outra questão: “Você até pode ter verde em uma cidade, mas as crianças não usam, por medo da violência ou porque não ‘enxergam”, não estão acostumadas a isso”.

Para resolver a questão, o pesquisador informa que é preciso estimular  a convivência com o verde. Ele enumera algumas sugestões, como o uso de hortas nas escolas para uma alimentação mais saudável, a construção de soluções viáveis para que florestas de bolso ocupem áreas degradadas; ou mesmo a capacitação de moradores de rua – gerando empregos – para cuidar dessas áreas. “Ou seja, ter uma economia verde dentro do espaço urbano e não só no campo”, aponta, lembrando ainda dos benefícios e cobenefícios em saúde que isso traz para as pessoas. 

Clique no player para conferir a entrevista de Paulo Saldiva:

Para conferir toda a série no Youtube da TV USP Piracicaba clique aqui ou nos links abaixo:

Felipe Feliciani

Com mais de 15 anos de experiência em criação e gestão de projetos de conservação da biodiversidade, atua junto à WWF Brasil na defesa da fauna silvestre, áreas protegidas, políticas públicas, educação ambiental e programas de sustentabilidade. O pesquisador aborda um dos programas da WWF, Parques Saudáveis, Pessoas Saudáveis (Health Parks, Health Peoples)iniciativa internacional de sucesso, criada com a intenção de que as pessoas utilizem cada vez mais as áreas verdes, “para que isso se torne uma ferramenta de promoção de saúde pública”, como informa. Para conferir a entrevista clique aqui

Eliseth Leão

Especialista em Saúde Pública, mestra em Saúde do Adulto e do Idoso pela USP, com pós-doutoramento pela Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo, na França. Integra o Comitê de Especialistas em Saúde e Natureza da IUCN World Commission on Protected Areas (WCPA) e do Academic Consortium for Integrative Medicine and Health. É fotógrafa de natureza e vida selvagem. Ela discorre sobre evidências científicas que corroboram a conexão entre natureza, saúde e bem-estar. Para conferir a entrevista clique aqui

Bárbara Junqueira

Engenheira florestal do Instituto Florestal de São Paulo, é fundadora e diretora executiva da Rumos Sustentabilidade, pesquisadora sobre mudanças globais, acordos multilaterais e serviços ecossistêmicos em áreas protegidas e coordenadora do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), que, segundo ela, surge em 2007 como política pública do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa está ligado à Estratégia Saúde da Família (ESF), na Coordenação da Atenção Básica, com o intuito de estimular novas práticas no campo da Promoção da Saúde no nível local, e fortalecer ações dos agentes comunitários de saúde. Para conferir a entrevista clique aqui

Rodrigo Victor

Assessor técnico da Diretoria Executiva da Fundação Florestal e membro da equipe de editores da publicação Serviços Ecossistêmicos e Bem-Estar Humano no Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, do Instituto Florestal. Ela aborda o papel da Fundação Florestal, criada em 1986, responsável pela gestão das Unidades de Conservação Estaduais de São Paulo, que englobam os parques estaduais, as estações ecológicas, as áreas de proteção ambiental e as reservas de desenvolvimento sustentável, com uma área de cerca de 4 milhões de hectares, que representa 15% do Estado de São Paulo. Para conferir a entrevista clique aqui

Cláudio Maretti

Graduado em Geologia, mestre em Engenharia (Planejamento Geológico-Geotécnico) e doutor em Geografia (Geografia Humana), todos pela USP, dedica-se à gestão, prática, liderança, pesquisa e disseminação sobre áreas protegidas, conservação da natureza, ordenamento territorial, povos e comunidades e seus territórios tradicionais e desenvolvimento sustentável. Atualmente, pesquisa a importância dos sistemas locais de áreas protegidas verdes e azuis – pensando não só nas vegetações mas também nos rios –  e da equidade para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a promoção da saúde e do bem-estar. O professor fala, por exemplo, do conceito de “progressividade”, que traz as áreas verdes para perto das pessoas, com ruas arborizadas e praças próximas das residências. Para conferir a entrevista clique aqui

Michele Martins

Analista de sustentabilidade, apoia o desenvolvimento de projetos de educação ambiental do Instituto Ecofuturo, que faz a gestão do Parque das Neblinas, atuando como responsável pela criação, implantação e monitoramento das ações relacionadas ao uso público na unidade. Antiga fazenda de produção de eucaliptos da empresa de papel e celulose Suzano, a área, que está localizada na região de Mogi das Cruzes e Bertioga (alto da Serra do Mar), foi direcionada ao desenvolvimento de tecnologias socioambientais, com o envolvimento da comunidade, pensando no uso público e programas de pesquisa. O parque recebe visitantes e há várias atividades autoguiadas, incluindo trilhas e canoagem no Rio Itatinga, promovendo a proximidade com a natureza. Para conferir a entrevista clique aqui

Douglas William Cirino

Bacharel em Ciências Biológicas e em Ciência e Tecnologia, mestre em Ecologia e doutorando em Ecologia, ambos pela USP. É pesquisador em Ecologia de Paisagens Urbanas e Serviços Ecossistêmicos. Ele fala sobre os arranjos espaciais do verde em uma megacidade e seu efeito na saúde humana. Para conferir a entrevista clique aqui (disponível a partir de 25 de janeiro)


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