Nesta edição da coluna Ciência e Esporte, o professor Paulo Santiago fala sobre a associação da chamada Teoria do Caos ao esporte. Essa teoria, de forma simplificada, trata de sistemas complexos e dinâmicos, mas que, em algum momento, apresentam uma instabilidade e criam uma perturbação no sistema, tornando-o não previsível ao longo do tempo.
Para exemplificar a aplicação da teoria ao esporte, Santiago analisa o artigo do pesquisador Nicole Look, publicado na revista Chaos an Interdisciplinary of Nonlinear Science no ano de 2013. Nesse estudo foi observado, através do expoente de Lyapunov, o efeito da estabilidade dinâmica em corredores, com foco na variação de velocidade de pessoas que sofreram amputação abaixo do joelho e que utilizam alguma prótese.
Os resultados do estudo sugerem que, “embora tenha essa assimetria causada pela amputação, os corredores amputados conseguem aumentar o controle da sua dinâmica no centro de massa para se tornarem mais estáveis”. Ou seja, segundo a análise feita, uma perna amputada é mais instável se comparada à não amputada, no entanto, na análise de outras variáveis, o centro de massa dos corredores sem nenhum tipo de amputação se apresenta mais instável do que aquele dos amputados.
Santiago esclarece que, apesar de ser possível utilizar a Teoria do Caos no esporte, ela não se aplica em qualquer situação. “Essas análises são importantes em alguns casos para verificar a dinâmica de dois times de futebol se movimentando em campo, dois jogadores de tênis, mas, em muitos casos, soluções simples e diretas resolvem o problema.”
Ciência e Esporte
A coluna Ciência e Esporte, com o professor Paulo Santiago, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.