Nas últimas eleições presidenciais norte-americanas e municipais brasileiras, foi colocado em debate o papel da mídia nas pesquisas de intenção de voto. Para o colunista Carlos Eduardo Lins da Silva, há um “exagero no uso das pesquisas pelo jornalismo brasileiro”, pois são consideradas como previsões certeiras dos resultados eleitorais. O professor explica que esse não é objetivo nem a intenção e que toda pesquisa de opinião pública tem margem de erro.
Na eleição dos EUA, institutos de pesquisa foram criticados por erros nas previsões, quando só erraram o candidato vitorioso em dois Estados: Flórida e Wisconsin. Lins da Silva explica que a margem de erro está se ampliando. Dentre as razões para isso, estão a rigorosa regulação estadunidense acerca de ligações telefônicas não desejadas, o que faz com que as pessoas não atendam os institutos, e o fenômeno atual de muitos indivíduos que não aceitam responder pesquisas eleitorais por ver a mídia como um inimigo, principalmente no caso do eleitorado do Trump.
Outra dificuldade metodológica, no caso do Brasil, é que, durante a pandemia, ficou mais difícil realizar pesquisas com a população nas ruas, método utilizado historicamente pelos institutos mais confiáveis do País. Esses fatores geram uma dificuldade em construir uma “amostragem representativa do eleitorado”. O colunista destaca que, de modo geral, as pesquisas estão corretas na margem de erro e têm como real função indicar a direção do eleitorado. “É preciso mais moderação sobre como tratar os dados das pesquisas.”
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Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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