Na coluna Poder e Contrapoder desta semana, o professor André Singer analisa a repercussão política da prisão do ex-PM Fabrício Queiroz. “É um acontecimento pertinente, já que Queiroz também fora assessor do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, quando ainda era deputado estadual do Rio de Janeiro”, explica Singer. Para entender o significado disso, segundo ele, deve-se retomar algumas questões.
Desde o começo da pandemia, há uma grande tensão política no País, devido a várias ações que Singer chama de “processo de aceleração autoritária”, como a tomada de posição radical contra as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as tensões com o ex-ministro Sérgio Moro, que saiu do governo com acusações de atentado contra o Estado de Direito por parte do presidente. “Essas acusações estão sendo investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que é muito tensionante”, aponta o colunista. “A prisão do Queiroz entra nesse contexto e só enfraquece ainda mais o presidente. Não digo se é definitivo, mas ter encontrado o ex-PM na residência de um advogado tão próximo do presidente o enfraquece.”
Sobre os desdobramentos, Singer diz que é preciso aguardar as pesquisas de opinião pública, a fim de verificar as repercussões junto ao eleitorado, e também aguardar as repercussões junto ao Congresso e às Forças Armadas, setores importantes, hoje, na manutenção do governo. “Devemos registrar essa situação e aguardar para ver se esse enfraquecimento se sustenta ou se será revertido”, completa.
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Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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