O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na quarta-feira (29) suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem — amigo próximo da família Bolsonaro — à diretoria-geral da Polícia Federal. “A liminar dá prosseguimento às acusações de Sergio Moro de que o presidente estaria tentando interferir na PF. Precisamos observar quais serão os próximos passos; é uma conjuntura política terrível”, aponta Singer, que comenta os acontecimentos recentes na coluna de hoje (30).
Na sexta feira (24), Bolsonaro arriscou: demitiu Sérgio Moro; decidiu se desvincular do maior arauto da luta contra a corrupção no País (pelo menos no imaginário de seu eleitorado) e peça importante do movimento que o levou à chefia de Estado. “É uma estratégia de radicalização que o presidente utiliza, a exemplo da demissão do ministro da Saúde [Luiz Henrique Mandetta] em meio a uma pandemia, o que é de uma audácia incrível”, pontua Singer.
O professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) ainda aponta que devemos nos atentar para dois aspectos desse episódio: as acusações de Moro sobre a tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal (PF) — que tem autonomia desde a promulgação da Constituição de 1988 — e o fato de o ministro demitido deixar aberta a possibilidade de se candidatar à Presidência em 2020.
Acompanhe, pelo link acima, a íntegra da coluna Poder e Contrapoder.
Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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