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As eleições para prefeitos e vereadores em 5.570 municípios brasileiros, no último dia 15, ainda demandam uma análise mais aprofundada sobre quem, de fato, saiu vitorioso no pleito. “Mas, do ponto de vista da afirmação da cidadania e dos direitos humanos no Brasil, a eleição pode ser considerada muito positiva”, afirma o professor Pedro Dallari. “Em geral, a participação eleitoral da população é sempre um fator relevante de reforço da democracia e do exercício da cidadania. O simples fato de que as lideranças políticas têm que se reconectar com a sociedade no processo de campanha eleitoral tende a aumentar a presença das preocupações da sociedade na formação das opiniões e decisões dessas lideranças”, acredita o colunista.

“Mas a eleição de 15 de novembro teve algumas especificidades que fazem com que ela possa ser considerada particularmente relevante do ponto de vista da afirmação da cidadania e dos direitos humanos”, prossegue Dallari. “Em primeiro lugar, houve maior racionalidade no debate em torno da terrível crise sanitária da covid-19 que estamos vivendo. De maneira geral, não houve eco ao discurso do presidente da República de negação da importância dessa crise. Isso é muito positivo quanto à questão dos direitos humanos”, diz o professor. “O segundo aspecto, nessa mesma linha, é a maior diversidade entre os eleitos. A população brasileira optou por dar maior espaço a mulheres, a negros e pardos, à população LGBT de uma forma geral, o que é revelador de uma opção por uma maior pluralidade na representação política brasileira, o que tende a ser um fator de respaldo à tolerância e à criação de condições de maior harmonia no campo social e político”, finaliza.

Ouça no player acima a íntegra da coluna Globalização e Cidadania.

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