Anda fazendo muito sucesso entre a criançada um personagem de videogame que até já virou um boneco: o Huggy Wuggy, que, de acordo com o professor Luli Radfahrer, é violento e inadequado, uma figura com a qual nem os professores sabem lidar, pois, imaginativas por natureza, muitas crianças acabam tendo pesadelos com o boneco, sem falar no mais importante: a capacidade de poder se identificar com um personagem do mal. Radfahrer se vale do tal Huggy Wuggy para nos dirigir ao tema de sua coluna desta semana: crianças e tecnologia.
A preocupação do colunista, na verdade, é com o fato de os pais liberarem para o uso de crianças ainda muito pequenas dispositivos tecnológicos como tablets ou celulares, ou com conta no Instagram. “O acesso de uma criança à internet como nós usamos, como nós a conhecemos, é equivalente a você pegar um velhinho ou pegar alguém que não tem nenhum conhecimento de internet e colocar ele direto nos porões da deep web”, argumenta Radfahrer, que considera ser o mais correto os pais deixarem nas mãos de seus filhos um tablet velho e colocar os filmes lá dentro, mas de forma alguma jogar a criança no universo virtual, “porque mesmo o aplicativo que mais protege, como um YouTube Kids, por exemplo, vai ser suscetível a um mau uso”. Por isso, todo cuidado é pouco, adverte ele, ao finalizar: “Não vale deixar a criança livre na internet, do mesmo jeito que você não deixaria a criança solta na rua”.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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