Nesta edição de sua coluna, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva aborda uma tendência atual: cada vez mais, o vídeo vem se tornando o formato da vez no jornalismo, o que é algo mais acentuado entre os jovens e os moradores dos países do sul global, que se valem para se informar, além dos vídeos, das plataformas de redes sociais. O YouTube tem uma certa preferência por parte dessa população que se informa por meios menos convencionais – no Brasil, 38%, segundo dados de pesquisa, optam por aquela plataforma. O TikTok também aparece com destaque. E o curioso, de acordo com Lins da Silva, é que essas mídias visuais são usadas principalmente por quem busca assuntos mais sérios, como o conflito em Gaza ou a guerra na Ucrânia.
Essa também é uma tendência que já se vê na grande imprensa e que já foi alvo de comentários anteriores desta coluna. O The Washington Post e o The New York Times são exemplos, também seguidos por jornais brasileiros. As pessoas preferem ver e ouvir as notícias a lê-las. “Eu acho isso extremamente danoso para o jornalismo e para a sociedade, porque acho que já existe uma consolidada pesquisa acadêmica que mostra que as pessoas que leem as informações têm uma compreensão mais aprofundada do assunto a respeito do qual estão se informando do que aquelas pessoas que ouvem ou que veem as informações”, diz o colunista. “Do ponto de vista do jornalismo, isso é muito ruim, porque as pessoas preferem ouvir os influenciadores, as celebridades, do que os jornalistas ou os meios de comunicação mais tradicionais.” E tudo indica que essa é uma tendência que só deve crescer, “o que não é uma boa notícia, na minha opinião, para o jornalismo”.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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