A Feira do Livro, realizada recentemente na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, é o tema da coluna desta semana do professor Guilherme Wisnik. Ele enaltece a iniciativa, que representa a possibilidade de as pessoas se reunirem num espaço público por um motivo nobre: a leitura. Depois da não tão bem-sucedida Virada Cultural, a feira recupera a ideia de que as pessoas podem se encontrar num espaço que deixou de ser do carro para ser do “pedestre, da leitura, dos saraus, da convivência”. O colunista aproveita a deixa para criticar, por outro lado, alguns detalhes envolvendo a concessão do Pacaembu pela Prefeitura, especificamente fazendo menção ao fato de os documentos de concessão à Allegra estarem sob sigilo e incluírem a praça Charles Miller no processo de concessão.
Para Wisnik, tal fato é preocupante, e mais: ele classifica como um escândalo a incorporação da Praça Charles Miller, algo que, em sua opinião, a sociedade não pode aceitar de forma alguma. Ele conclui: “Nada mais na contramão de tudo isso que essa Feira do Livro, que foi realizada agora, inteiramente gratuita, como celebração do espaço público”. Ele lembra ainda que o Pacaembu faz parte do projeto modernista de Mário de Andrade, quando à frente do Departamento de Cultura, e “que pensou numa articulação muito forte entre os equipamentos de cultura e os equipamentos de esporte com função pública na cidade”.
Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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