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Torre do Relógio da USP comemora 50 anos e se ilumina com novas cores
Com a nova iluminação, o monumento ganha novo visual e possibilidades inéditas de criação com grande variedade de cores
Torre do Relógio com iluminação roxa - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Um dos símbolos mais conhecidos da Universidade de São Paulo, a Torre do Relógio comemora seu cinquentenário em 2023. Para a festividade, a Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C), em parceria com a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), realizou um processo de revitalização que traz como novidade uma nova iluminação cênica. Com ela, o monumento ganha novo visual e possibilidades inéditas de criação com grande variedade de cores.
O antigo sistema, mais tradicional, utilizava apenas o branco, agora substituído por um conjunto multicolorido de lâmpadas RGBW, um tipo de LED de quatro cores – vermelho (R), verde (G), azul (B) e branco (W) – que criam combinações de matizes, desde o branco frio até o branco quente, passando por tons vibrantes como o rosa, o roxo ou amarelo, por exemplo. Um software coordena essa programação, que pode ter diferentes configurações em horários predeterminados. Com base em um mapeamento das fachadas, o programa permite a criação de blocos separados ou apresentações distintas para cada espaço. Os refletores estão posicionados no topo da torre, no espelho d’água e em andares intercalados da escadaria.
“A iluminação da Torre do Relógio é uma demanda antiga da Universidade, não só para marcar a importância deste monumento modernista à cultura, à ciência e às artes, mas também para funcionar como um farol espalhando mensagens através da cor”, ressalta a prefeita do campus USP da Capital, Raquel Rolnik. “A torre agora iluminada, projeto do arquiteto Rino Levi, é um dos elementos que compõem o patrimônio da USP, com relevância para a universidade para a cidade, para o País “ completa.
Para a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite, “a Torre do Relógio é não somente um objeto de arte integrante do acervo patrimonial e cultural da USP, mas também um símbolo de cultura da Universidade, inserido em um espaço delimitado pela célebre frase de Miguel Reale, eminente e saudoso professor da Faculdade de Direito: ‘no universo da cultura, o centro está em toda parte'”.
Marli ressalta que “inspirada em tudo o que a torre representa, a Orquestra Sinfônica da USP, a Osusp, dirigida pelo maestro Gil Jardim, planejou e executou uma série de concertos temáticos, denominada Concertos Torre do Relógio, que tem tido grande impacto social”.
O vice-prefeito, Wagner Costa Ribeiro, comenta que se trata de uma oportunidade para a comunidade da USP celebrar ocasiões especiais, eventos e marcos, fortalecendo o papel da edificação como um ícone: “Com essa implantação, a efeméride do cinquentenário deixa um legado para além da comemoração. A Torre do Relógio já é uma referência, talvez um dos locais mais fotografados na USP, presente em várias publicações. Ela traz uma contradição muito interessante: por um lado, é um grande relógio, o equipamento que controla o nosso tempo, numa referência à vigilância. Mas, por outro lado, está numa posição e numa simbologia de centralidade, marcando um lugar de convivência e diversidade. Agora, estamos ampliando as possibilidades de que ela transmita mensagens por meio da projeção de cores”.
A nova iluminação passou a ser exibida diariamente nesta segunda, dia 13 de novembro. A programação inicial, que utiliza o azul e o amarelo oficiais da identidade visual da USP, será substituída periodicamente em ocasiões especiais.
No universo da cultura, o centro está em toda parte
Apesar de ter sido inaugurada em 16 de outubro de 1973, como parte das comemorações do cinquentenário da USP, a emblemática Torre do Relógio da USP teve sua pedra fundamental lançada muito antes, em 25 de janeiro de 1954, integrando um projeto bem diferente do que conhecemos hoje. Naquela época, comemorava-se os vinte anos da USP e o IV Centenário da Cidade de São Paulo. A Cidade Universitária abrigava apenas alguns poucos prédios, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, a Reitoria e partes da Medicina Veterinária, da Escola Politécnica e da Faculdade de Filosofia. A ideia era que uma área central do campus abrigasse, além de uma torre, também um centro cívico, cujo projeto sofreu diversas modificações até que foi abandonado. O espaço acabou se transformando na Praça do Relógio.
O projeto da torre que foi de fato implementado é de 1953, com autoria do arquiteto Rino Levi, um dos mais influentes do Modernismo brasileiro. O monumento é constituído por duas empenas de concreto paralelas, unidas por uma escada de serviço com 2,65 m de largura. Cada empena tem dez metros de largura, quase cinquenta metros de altura (49,7 m) e espessura de meio metro, que afina nas extremidades (0,30 m).
A então professora de plástica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Elisabeth Nobiling é autora dos 12 painéis que a construção apresenta. Em cada face, seis imagens em relevo ilustram temas que compõem o espírito universitário. De frente para o edifício da Reitoria, as figuras simbolizam o “mundo da fantasia”: poesia, ciências sociais, ciências econômicas, música, teatro, dança, artes plásticas, arquitetura e filosofia. Para o outro lado, o “mundo da realidade”, que inclui astronomia, química, ciências biológicas, física, ciências geológicas e matemática.
A torre está erguida sobre um espelho d’água com um entorno de mosaico português que traz uma frase do reitor da USP à época, Miguel Reale: “No universo da cultura o centro está em toda parte”.
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