“O papel da universidade pública e de sua autonomia na democracia brasileira” foi o tema do painel promovido pelo Grêmio Politécnico e que teve como convidados o reitor da USP, Vahan Agopyan, e o ex-ministro da Educação e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Fernando Haddad.
A palestra fez parte das atividades da Semana de Recepção aos Calouros da Escola Politécnica (Poli) e foi promovida no dia 22 de fevereiro, no auditório do prédio do Biênio, no campus da USP em São Paulo. A mediadora do debate foi a presidente do Grêmio, Maria Laura Mesquita. A entidade, ligada à Poli, foi criada em 1903 e é uma das precursoras do movimento estudantil em São Paulo.
Um dos pontos abordados por Haddad em sua explanação foi a questão do aumento da inclusão social na Universidade nos últimos anos. “A USP que eu frequentei é completamente diferente desta que vocês estão frequentando. A cor da Universidade mudou e os saberes desta Universidade começam a mudar a partir dessa inclusão. Ela é mais brasileira agora do que foi no passado”, afirmou. Sobre a autonomia universitária, o ex-ministro foi enfático: “lutar pela universidade pública é quase um sinônimo de lutar pelo país”.
O reitor Vahan Agopyan ressaltou a importância das universidades de pesquisa para a sociedade. “Uma universidade de pesquisa é muito mais cara que uma universidade de ensino, porque investimos muito não apenas na transmissão de conhecimento, mas, e principalmente, no desenvolvimento do conhecimento”, considerou.
“Acredito que a educação é um sustentáculo do país, então todos ganham. Nós, aqui na USP, não queremos apenas formar vocês bons engenheiros; queremos que vocês sejam, além de bons engenheiros, excelentes cidadãos. Esse é o nosso objetivo. E, com excelentes cidadãos, quem ganha é a sociedade brasileira”, concluiu Agopyan.
Após as exposições, os espectadores tiveram a oportunidade de fazer questionamentos aos dois convidados.