A Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) promoveu, no dia 21 de março, o workshop estratégico “Pesquisa em Síndrome de Down e Advocacy”, em parceria com o Instituto Alana. O evento foi realizado no auditório do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, na data que marca o Dia Internacional da Síndrome de Down.
O objetivo do encontro foi o de apresentar as pesquisas realizadas na USP e em outras universidades nacionais e internacionais, que tenham como foco promover melhorias para a população com síndrome de Down. A ideia é a criação de uma rede brasileira de pesquisadores na área.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), a cada 700 nascimentos no Brasil ocorre um caso de trissomia 21 – alteração genética causada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo. No total, há em torno de 300 mil pessoas com síndrome de Down no País.
Na abertura do evento, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP, Paulo Nussenzveig, destacou que “a missão da Universidade é promover benefícios para a sociedade. Juntamente com o Instituto Alana, estamos buscando meios de fortalecer a nossa interação com a sociedade para produzir esses benefícios. Temos a compreensão perfeita de que não é benefício da Universidade para a sociedade, mas da Universidade com a sociedade”.
Nussenzveig explicou os dois enfoques principais do workshop. “O primeiro é o do estudo, do aprendizado, do conhecimento sobre síndrome de down. Temos muita capacidade [na USP] e queremos agregar a essa capacidade. O segundo é a educação, a advocacy, a inserção na sociedade. Queremos criar um percurso formativo dentro da Universidade para portadores de síndrome de Down, que vai ao encontro da agenda da Reitoria de inclusão e pertencimento e o quanto a diversidade fortalece a nossa missão de atuar em conjunto e promover benefícios para a sociedade”, afirmou.
“Essa causa produz um encantamento nas pessoas que a abraçam. Vejo isso nos olhos dos meus colegas. A união entre a pesquisa e sua aplicação prática é a essência deste simpósio. Temos que aprender a implementar a pesquisa rapidamente nas nossas práticas clínicas e, o que for bem-sucedido, tem que sensibilizar as políticas públicas”, afirmou o chefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) e um dos organizadores do workshop, Orestes Forlenza.
O secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Marcos da Costa, falou sobre a parceria que já está sendo estabelecida com as universidades públicas paulistas “com o potencial de transformação da sociedade” e ressaltou que “hoje, no Dia Internacional da Síndrome de Down, nossa intenção é fazer com que esse esforço que é feito aqui ganhe novos ares, com o apoio do Governo de Estado, e faça com que aquilo que é pesquisado aqui possa servir para o desenvolvimento de políticas públicas”.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, fez o encerramento da sessão de abertura do workshop e enfatizou que “uma universidade de classe mundial não se constrói só com papers, com patentes ou prédios. São iniciativas como esta, discutindo problemas da sociedade, trazendo incrementos para a Universidade, que nos permite falar que a USP é uma universidade de classe mundial. Se conseguirmos estabelecer essas políticas de inclusão com qualidade, vamos colocar a Universidade em outro nível de excelência”. Após a abertura, o evento prosseguiu com palestras e discussões até o final do dia.
Assista, a seguir, à íntegra do evento.