A cerimônia de posse do novo diretor do Instituto de Medicina Tropical (IMT), Paulo Cesar Cotrim, realizada na tarde do dia 22 de novembro, na sala da Congregação da Faculdade de Medicina (FM), foi marcada pelo bom humor. O diretor brincou com o fato de ter chovido no horário da posse dizendo que “isso indica que a minha gestão será boa”.
Durante o seu discurso, o diretor também contou um pouco da história do IMT, que passou a ser um Instituto especializado da USP há apenas 10 anos. Segundo Cotrim, o empréstimo do auditório da Faculdade de Medicina para a realização de sua posse demonstra a existência de uma cooperação entre as Unidades da USP e o IMT, mas ressaltou que será importante a participação de outras Unidades da USP e fora dela também, como a Faculdade de Ciências Farmacêuticas e das Unidades que fazem parte do Quadrilátero da Saúde/Direito – do qual o IMT também faz parte junto com a FM, a Faculdade de Saúde Pública e a Faculdade de Direito – e da Fundação Zerbini, por exemplo.
O diretor destacou a recente indexação pelo ISI da Revista do IMT, editada pelo Instituto (índice e impacto 0,934), e a também a divulgação pelo Academic Ranking of World Universities (ARWU) de que a USP vem se tornando referência mundial em três áreas de conhecimento (medicina tropical, parasitologia e bio-fluídos), duas delas relacionadas com a vocação do Instituto.
Desafios
Entre os desafios de sua gestão, Cotrim espera encontrar tempo para ir além da gestão administrativa do IMT, para também se “dedicar ao DNA do IMT, que é a biologia molecular”. De acordo com o diretor, com o bom desempenho nos rankings internacionais, o momento é de avançar cada vez mais e não de retroceder.
Outras metas são conseguir ampliar e renovar o quadro de docentes do Instituto, já que três dos atuais 10 professores vão se aposentar no período de sua gestão, e concluir as obras do novo anfiteatro do IMT, que serão iniciadas em breve, para que a posse do seu sucessor seja realizada no próprio Instituto.
O reitor João Grandino Rodas começou sua fala lembrando um momento histórico para a Universidade, o de que na sala da Congregação da FM aconteceu a primeira sessão do Conselho Universitário (CO) da Universidade. Sobre o IMT, o reitor disse que é importante que o Instituto continue interdisciplinar e adiantou que a Reitoria vai complementar a verba para a construção de um prédio de pesquisa do IMT.
Ele também destacou o bom desempenho que a USP teve nos últimos rankings internacionais, mas ressaltou que é praticamente um “milagre” por causa dos últimos acontecimentos que envolveram o nome da Universidade na sociedade. “A USP dá visibilidade aos professores, funcionários e alunos que fazem parte dela, e por isso é necessário uma dedicação destes para com a Universidade também”, afirmou.
Para exemplificar esta dedicação, o reitor comparou a USP com uma bolsa de valores, onde cada um tem uma ação, “que pode diminuir ou aumentar de valor conforme a realização dos trabalhos, já que não é o reitor, os pró-reitores ou os diretores que vão conseguir resolver todos os problemas sozinhos”, finalizou.
Perfil
Paulo Cesar Cotrim é graduado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com mestrado e doutorado em microbiologia e imunologia pela mesma Universidade. Desde 1990 é docente do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FM, atuando no IMT também desde então, no qual coordena atualmente um grupo de pesquisa em biologia molecular de parasitas.
O IMT foi criado em 1959 para desenvolver pesquisas que fornecessem subsídio científico para o diagnóstico, tratamento, controle e prevenção das doenças tropicais e grandes endemias do Brasil, e que ainda afetam aproximadamente um terço da população mundial. Durante 40 anos o IMT foi ligado à FM, mas desde dezembro de 2000 tornou-se um Insituto especializado da USP.
O Instituto tem 10 docentes, 60 funcionários, 40 alunos de pós-graduação e cerca de 300 pesquisadores. Possui seis laboratórios de pesquisa e 11 laboratórios associados.
(Fotos: Ernani Coimbra)