“Os objetivos estratégicos são resultado do que a sociedade pensa a respeito da cultura e da extensão da USP”

Na quarta matéria da série sobre os Objetivos Estratégicos da USP, a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite, fala sobre o trabalho de definição dos objetivos e as ações desenvolvidas para alcançá-los

 Publicado: 20/09/2024 às 13:46     Atualizado: 18/10/2024 às 13:30
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Logotipo da USP rodeado por ícones que representam os objetivos estratégicos da USP
Objetivos estratégicos da USP - Ilustração sobre ícones Flaticon

Os 12 Objetivos Estratégicos da Universidade, apresentados no Conselho Universitário no dia 20 de agosto, abrangem as atividades-fim da Universidade – graduação, pós-graduação, pesquisa e inovação, cultura e extensão universitária e inclusão e pertencimento – e a gestão administrativa. Além dos objetivos gerais, também foram definidos os dez objetivos estratégicos para cada uma dessas áreas. 

A construção dos objetivos estratégicos, tanto gerais quanto específicos, faz parte do Projeto Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas para Pró-Reitorias e Gestão.

A pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP, Marli Quadros Leite, fala, nesta entrevista para o Jornal da USP, sobre o processo de definição dos objetivos da Pró-Reitoria da qual está à frente e os projetos que estão sendo desenvolvidos durante a sua gestão.

Mulher branca, com óculos, vestida com uma blusa estampada e um colar de péroldas
Marli Quadros Leite - Foto: Michel Sitnik/USP Imagens

Jornal da USP – Como foi o levantamento dos dez objetivos estratégicos da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária?

Marli Quadros Leite – O nosso foi o primeiro workshop do projeto e foi realizado no campus de Piracicaba, no início do mês de junho. Nós nos reunimos em grupos, formados por vários docentes, representantes de alunos e de servidores e alguns colegas que foram convidados por mim para participar dos debates. O professor Murilo Baesso, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, trabalhou conosco desde a primeira discussão, quando fizemos um projeto piloto na FEA [Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária], no início deste ano.

No workshop, em Piracicaba, os representantes de todos os cursos avaliaram as competências, fizeram sugestões e foi elaborado um relatório final. Esse documento foi revisado pela nossa equipe. O resultado disso foi a elaboração e a redação dos objetivos estratégicos, tudo isso em consonância com o que a equipe já tinha levantado, respostas dos formulários dos stakeholders, documentos da avaliação institucional. Enfim, posso dizer que os objetivos estratégicos são resultado do que a sociedade pensa a respeito da cultura e da extensão da Universidade, atendendo às expectativas e aos anseios desse público. E isso é primordial para nós, porque o objetivo da cultura e da extensão é exatamente trabalhar com a sociedade, gerar impacto na sociedade.

Jornal da USP – Como avalia o resultado desse trabalho?

Marli Quadros Leite – Esse trabalho foi bastante dinâmico e, algumas vezes, as atividades foram muito lúdicas. Foi um trabalho feito com muita leveza. E o que nós percebemos? O resultado, que foi extraído desses documentos, representa a essência do que se espera da nossa Pró-Reitoria.

Jornal da USP – Do ponto de vista prático, o que representam esses dois objetivos prioritários?

Marli Quadros Leite – Um aspecto que me chamou bastante a atenção foi a insistência dos stakeholders a respeito da comunicação, da divulgação das atividades de cultura e extensão. Temos trabalhado bastante para aperfeiçoar a comunicação. Por exemplo, criamos o Caderno de Cultura no Jornal da USP e o nosso programa de rádio Cultura na USP, veiculado semanalmente na Rádio USP. Além disso, tenho insistido em todas as visitas que faço às Unidades de Ensino e Pesquisa a respeito dessa divulgação.

Grupo de pessoas sentadas em círculo assiste à aula de um professor, que está em pé diante de uma tela
O workshop que discutiu as competências da área de cultura e extensão universitária foi realizado no campus de Piracicaba, em junho deste ano – Foto: Gerhard Waller / Ascom Esalq

Considero que estamos alcançando bons resultados, porque nossas atividades têm sido muito concorridas. Todos os concertos da Osusp [Orquestra Sinfônica da USP] e as mostras do Cinusp [Cinema da USP], por exemplo, estão com a casa lotada, e isso tem ocorrido nas atividades promovidas por todos os nossos órgãos e programas, como o Centro de Patrimônio Cultural, o Centro MariAntonia, o Parque Cientec e as Ruínas do Engenho dos Erasmos, todos têm movimentado bem a sociedade.

Outro aspecto foi relativo à valorização das atividades de extensão na carreira docente e de servidores técnicos e administrativos. Temos trabalhado ativamente com a Pró-Reitoria de Graduação no projeto de curricularização da extensão, que, podemos dizer, é uma forma de reconhecimento dessas atividades, tanto para o aluno quanto para o professor.

Jornal da USP – Professora, que outras ações a senhora poderia citar para alcançar esses objetivos?

Marli Quadros Leite – Temos um projeto maravilhoso que é o English@USP, com 16 mil alunos matriculados, desde o nível básico até o avançado. Desenvolvemos esse projeto com a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, a Aucani.

Pró Reitoria de Cultura e Extensão

Objetivos Estratégicos

Aprimorar a divulgação das atividades de cultura e extensão da USP para a sociedade.

Valorizar atividades de extensão na carreira docente e de servidores técnicos e administrativos.

Orientar as ações de cultura e extensão com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Promover maior participação da sociedade e das comunidades em ações de cultura e extensão da USP.
Consolidar a curricularização das atividades de extensão.
Fortalecer o papel da USP como interlocutora ativa na construção de políticas públicas.
Ampliar a interdisciplinaridade nas atividades de cultura e extensão.
Promover interação de egressos em ações de cultura e extensão integradas à pesquisa.
Avaliar o impacto social das ações de cultura e extensão.
Qualificar profissionais para a captação de recursos voltados à cultura e extensão.

Estamos desenvolvendo a primeira edição da Feira das Profissões no formato on-line, que será promovida nos dias 1º, 2 e 3 de outubro. Outra importante ação foi a criação da plataforma USPex, voltada a todos os interessados em fazer cursos de extensão, como os de especialização, de aperfeiçoamento e de difusão cultural, na USP.

Fizemos, até o momento, uma chamada de fomento e dois editais, sendo um deles em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação. O critério principal para que os projetos sejam selecionados e recebam os recursos solicitados é que as atividades sejam interdisciplinares e que permitam participação de mais de um departamento ou unidade.

Publicamos um edital em conjunto com o Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico, o Egida, para financiar 17 projetos voltados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU [Organização das Nações Unidas]. Tivemos 32 projetos inscritos e, agora, vamos fazer essa seleção.

Posso dizer que eu fico muito entusiasmada com todas essas atividades da cultura e da extensão. E nossa equipe é muito competente e se empenha para que tudo dê certo.


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