Foto: Visual Hunt
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Resultados inéditos de pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP mostram que a suplementação de zinco em grávidas com doença de Chagas protege o feto, melhorando a resposta imunológica materna, ao mesmo tempo em que atenua a inflamação característica da infecção com o Trypanosoma cruzi. A ação imunoprotetora do mineral zinco já foi descrita em trabalhos do mesmo grupo da USP com outros modelos de pesquisa em animais. No organismo humano, essa imunoproteção também já é bastante conhecida. Mas agora os pesquisadores descrevem como o zinco atua na regulação do sistema imunológico da mãe durante a gestação e na fase crônica da doença de Chagas.
E esse foi um desafio a mais, avalia a pesquisadora Cássia Mariana Bronzon da Costa, que trabalhou o tema em seu pós-doutorado com os professores Ana Amélia Carraro Abrahão e José Clóvis do Prado Júnior, ambos da FCFRP. “A gestação constitui-se de situação imunológica única, pois muitas variáveis fisiológicas são alteradas para garantir o sucesso da gestação”, argumenta. E os resultados que obteve, mesmo sendo em modelo animal, são muito importantes por terem mostrado a transmissão do mal de Chagas de mãe para filho e o papel do zinco como um elemento regulador da imunidade materna.
Cássia conta que a equipe da FCFRP vem se dedicando há anos a pesquisar terapias alternativas para o tratamento da doença de Chagas. E esse esforço se justifica. A pesquisadora lembra que, embora a doença tenha sido descrita há mais de cem anos, seu tratamento clássico está limitado a apenas duas drogas: Nifurtimox e Benzonidazol. No Brasil, apenas é permitido o uso do Benzonidazol; contudo, devido ao seu potencial teratogênico (pode levar à má-formação do feto), também não deve ser usado na gravidez.
O estudo mais recente de Cássia Mariana Bronzon da Costa e colaboradores, com os resultados da suplementação com zinco na fase crônica da doença de Chagas em grávidas, pode ser acessado online na edição de janeiro da European Journal of Pharmaceutical Sciences.
Ouça na íntegra a matéria no link acima.