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Uma curiosa construção no Balão Central do campus da USP em Ribeirão Preto, no segundo semestre de 2021, chamou a atenção da comunidade. Em pouco tempo, um muro coberto com vegetação foi erguido e uma placa indicativa, colocada pelo Serviço de Engenharia da Prefeitura do Campus da USP em Ribeirão Preto (PUSP-RP), mostrava que se tratava de uma Bacia de Contenção de Águas Pluviais, dispositivo utilizado na retenção/contenção de águas de chuva, construído no próprio terreno, que reduz a quantidade de água de escoamento natural em leitos de ruas e até mesmo em rios e córregos.
Com o volume de chuvas de janeiro e início deste mês de fevereiro, já foi possível ver o resultado positivo da construção da bacia de contenção do Balão Central, que evitou a descida de grande quantidade de água que poderia ter levado parte do calçamento de paralelepípedo (que é tombado) e transbordado o lago. O volume foi tão grande que, mesmo com a bacia, foi necessário no início da semana (1º/02) abrir as comportas do lago.
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João Panissi Neto, engenheiro civil e segurança do trabalho, lembra que o objetivo desses reservatórios de retenção/contenção é justamente minimizar o impacto hidrológico e controle de vazão máxima das águas de chuvas de áreas urbanizadas. “É imprescindível que nele seja previsto um dispositivo de descarga de fundo, de maneira que, após o término do escoamento, ele possa ser drenado completamente para receber nova contribuição de águas pluviais.”
Panissi Neto afirma que o processo de urbanização cada vez maior no campus, impermeabilizando o solo, somado ao aumento do volume das águas pluviais e sua baixa velocidade de escoamento podem ocasionar, dependendo das características do local, inundações e outros danos materiais, sanitários e ambientais. “Por isso, o Projeto de Macrodrenagem elaborado em 2009 para o campus prevê a construção de 16 dispositivos de contenção.” Atualmente, o campus já possui quatro, localizados nos principais pontos estratégicos de urbanização, com capacidade de três a nove milhões de metros cúbicos de armazenamento, que, segundo Panissi Neto, resistem a uma chuva bem carregada e grossa com duração de até uma hora.
Além de evitar inundações e danos, Panissi Neto aponta que esses dispositivos de contenção também trazem outras vantagens, que vão desde a recarga de água dos lençóis freáticos mais rasos até a preservação de bens e imóveis tombados. “No caso da bacia de contenção do Balão Central, toda a água de chuva proveniente do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, ruas e estacionamentos destes locais é despejada nesta bacia, ou seja, se este dispositivo não fosse construído, a quantidade de água ultrapassaria o Balão Central, invadindo o leito carroçável de paralelepípedo, que fica altamente escorregadio, provocando acidentes com motos, destruindo as calçadas e chegando até o lago, que poderia transbordar e ter o seu fundo assoreado”, conclui.