O Brasil demonstrou apoio ao Clean Network, programa elaborado pelos Estados Unidos que restringe o acesso de empresas chinesas ao mercado do 5G (internet móvel de quinta geração), sob a justificativa de garantir a segurança e a privacidade digital. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro se manifestou a favor desse projeto no último mês, gerando tensões com o governo chinês, parceiro econômico do País. Para o professor Umberto Celli Junior, da Faculdade de Direito da USP Ribeirão Preto (FDRP), “esse é mais um dos equívocos da atual diplomacia brasileira”, e ainda ressalta que esse posicionamento pode levar a “consequências nefastas”.
Ele também explica que a alegação de Eduardo Bolsonaro no Twitter sobre o risco de espionagem não se justifica, uma vez que empresas chinesas do ramo de comunicação já estão instaladas no Brasil há tempos, como, por exemplo, a Huawei. Além disso, esse conflito “é um problema criado pelos EUA na disputa pela hegemonia do 5G, e o Brasil deveria ficar de fora e decidir soberanamente qual a melhor tecnologia para o nosso país, ao invés de ser subserviente aos Estados Unidos”.
Essa tensão pode representar um risco às exportações brasileiras por meio da implementação de sanções econômicas pela China. No entanto, em declaração recente, o presidente Jair Bolsonaro negou que existam problemas entre as nações.