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Há mais de três semanas as ruas de Hong Kong vêm sendo tomadas por manifestantes. Com a reunião do G20 na semana passada, a população demonstrou sua insatisfação mais uma vez, tentando conseguir reconhecimento internacional.
Os protestos são motivados por uma proposta de lei que busca estabelecer novos tratados de extradição para Hong Kong. A possibilidade de extradição para a China Continental é o ponto central da insatisfação.
Para o professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Alexandre Uehara, os temores da população de Hong Kong não são infundados.
Hong Kong, apesar de fazer parte da China, possui um sistema econômico e social diferente do de Pequim e um elevado grau de autonomia. Isso porque se trata de uma região administrativa especial, estabelecida quando o Reino Unido devolveu o território para a China, sob a condição que se aplicasse esse modelo, chamado “um país, dois sistemas.” Por isso, Uehara afirma que o que está por trás desses protestos é uma questão maior: o medo de perder a autonomia da região.
A chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam, já recuou e suspendeu o projeto, mas isso não foi o suficiente para parar as manifestações: a população exige que a lei seja descartada definitivamente. Para o professor, a situação é complexa, já que o território está sob soberania chinesa.
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