Desde 2015 vem sendo desenvolvido um trabalho buscando mudar a mentalidade das refeições oferecidas nas escolas. O Programa Estadual de Alimentação Escolar é um dos maiores do mundo. Ele busca eliminar alimentos processados e ultraprocessados do cardápio dos alunos e produzir 2,5 milhões de refeições por dia, em várias cidades do Estado, com produtos naturais adaptados à cultura paulista.
De acordo com a resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que busca reduzir a presença de alimentos processados e ultraprocessados nas escolas, a mudança foi possível a partir da criação de um comitê com as organizações da agricultura familiar, da produção orgânica e outros participantes, que forneceriam a matéria-prima para as escolas.
Política de alimentação escolar
As refeições produzidas por merendeiras, devidamente treinadas, serão oferecidas nas unidades de educação básica da rede pública estadual de ensino. Giorgia Castilho Russo, mestranda da Faculdade de Saúde Pública da USP e nutricionista do Programa de Alimentos do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), participa da equipe que elaborou os estudos que fazem parte do projeto de lei e diz que “foi realizado um trabalho com cerca de 2 mil merendeiras, conscientizando-as da alimentação escolar adequada e da importância de seu trabalho e seu exemplo no ambiente escolar”. Foram necessárias reformas e adequação de muitas cozinhas para estarem adaptadas às necessidades para o cozimento dos alimentos in natura, que são muito mais perecíveis. A nutricionista lembra que o consumo de alimentos ultraprocessados “está relacionado a doenças cardiovasculares, colesterol e outros problemas de saúde”.