Com o final da Copa do Mundo deste ano, na Rússia, um dos nomes mais mencionados foi o do atacante da seleção francesa Kylian Mbappé, de 19 anos, que, além de ter apresentado um ótimo desempenho, surpreendeu por ser um dos jogadores mais novos a participar do evento. Em contrapartida, outro nome não tão conhecido, mas que chamou a atenção devido a idade avançada, foi o goleiro do Egito, de 45 anos, Essam El-Hadary.
Quando o assunto se trata de idade e futebol, não existe uma poção mágica que faça atletas de alto nível se manterem entre os melhores por muito tempo. Na verdade, segundo o professor Paulo Roberto Santiago, da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, o segredo é uma boa preparação física. “Um exemplo são os jogadores Lionel Messi, de 31, e Cristiano Ronaldo, de 33 anos, que já estão há anos em destaque ganhando como os melhores do mundo”, destaca.
Ter acima de 30 anos já é considerado “vovô do esporte”? O especialista ressalta que pensando olimpicamente sim, esses atletas acima de 30 anos não podem participar de uma competição olímpica, “porque o futebol limita o máximo de 23 anos para os atletas”.
Pesquisa feita por Santiago analisou as idades dos 736 jogadores que participaram da Copa do Mundo em 2018 e constatou que “apenas 11% têm idade média para participar de uma olimpíada. “Essa porcentagem representa apenas 83 atletas. Já os ‘atletas vovôs’ representam apenas 2% desse total, chegando a atingir a idade máxima de 45 anos.” Veja, no gráfico abaixo, a distribuição de idade dos atletas que participaram da Copa do Mundo na Rússia, separados por faixa etárias.
Santiago afirma que, “para manter um bom desempenho, por muito tempo, é necessário treinos mais específicos e intensos com o objetivo de melhorar e evitar lesões. Com isso, as chances de se manter no auge são maiores”.
Ouça, no link acima, a íntegra da entrevista.