Intolerância e preconceito se transformam em agressividade e violência no dia a dia

Especialistas da USP entendem que a violência estrutural e seus preconceitos devem ser combatidos através da educação, nas escolas, para que a igualdade seja essencial para todos

 23/11/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 25/11/2022 as 7:52
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Intolerância, ódio, raiva, estupidez têm marcado as relações interpessoais nos últimos tempos – Foto: Freepik
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A violência estrutural tem aumentado de forma significativa. São histórias que nos causam indignação e mal-estar. O ódio, o julgamento, a grosseria têm vindo à tona com muita facilidade. Mas o que dá direito ao outro de ofender, agir agressivamente e de cometer atos violentos contra o próximo?

Christian Ingo Lenz Dunker – Foto: Reprodução via Facebook

Com certeza, em algum momento você já chegou a se questionar: o que está acontecendo com o ser humano? Cada vez mais observamos cenas que chocam, constrangem, nos deixam sem palavras. Intolerância, ódio, raiva, estupidez, nunca antes tivemos que conviver com pessoas com os nervos  à flor da pele da forma como isso tem ocorrido nos últimos tempos. 

É o negro que sofre discriminação no prédio onde mora, por parte de um morador, ou a doméstica que é agredida enquanto lava a calçada com uma mangueira, ou a jovem que apanha dentro de uma academia.

Igualdade na sociedade

O psicanalista Christian Dunker, professor do Instituto de Psicologia da USP, entende que o aumento da igualdade na sociedade é o  que causa parte dessas reações. Esses atos são o progresso da democracia.  Houve um empobrecimento da alma, que fez com que a agressividade se transformasse em violência, deixando as pessoas mais intolerantes. O aumento da violência  está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas: é a violência social e muitas vezes a violência estrutural.

Renato Janine Ribeiro – Foto: Wikimedia Commons

Pessoas que pregam o ódio a desconhecidos, tornando esse um método cotidiano e, o pior de tudo,  parecendo ser natural. 

Dunker avalia que a violência social  chegou a um grau tão avançado que o sofrimento do outro não causa mais a compaixão, ou seja, se deseja a “morte” como merecimento de seus atos. É a violência aplicada no último estágio de destruição. 

O filósofo Renato Janine Ribeiro,  professor de Ética e Filosofia Política do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, entende  que é um fim de contenção, sem limites.  Janine também concorda que a  desigualdade social está relacionada com a violência e diz que a violência estrutural e seus preconceitos devem ser combatidos através da educação, nas escolas, explicando a igualdade desde a creche, para que a igualdade seja essencial para todos.  


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