Até o final deste ano, a Prefeitura da capital pretendia entregar 21 mil moradias populares, na tentativa de pelo menos reduzir o déficit habitacional que, na cidade de São Paulo, é de 474 mil habitações. Ocorre, porém, que o corte de R$ 1 bilhão no orçamento estadual de habitação, imposto pelo governador João Doria, tornou aquela meta inviável, já que a lei orçamentária aprovada limita em R$ 732 milhões o orçamento da habitação em São Paulo contra R$ 1, 68 bilhão em 2019. O corte, portanto, foi de R$ 948 milhões, o que significa que o setor ficou com parcela equivalente a 0,3% dos R$ 239 bilhões previstos para o orçamento total do Estado.

O professor João Sette Whitaker, do Departamento de Projetos e Pesquisas do Laboratório de Habitação da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), lembra que as classes menos favorecidas são as que mais sofrem com o corte do orçamento para moradias e diz que faltam políticas públicas para dar uma solução para o problema, que não se resume a “como fazer”, mas em “querer fazer”. Ou seja, não há um desejo real de melhorar a situação e a realidade de milhares de pessoas que sofrem com a falta de moradia, o que, por outro lado, é algo antieconômico, pois todos sairiam ganhando com uma ação mais igualitária por parte dos detentores do poder.
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