Convênio entre USP e TSE busca aprimorar sistema eletrônico de votação brasileiro

Wilson Ruggiero conta que a parceria busca garantir a segurança e desenvolver novas tecnologias para incrementar o sistema de votação

 24/03/2022 - Publicado há 2 anos
Há a intenção de aprimorar características de segurança, sigilo, transparência e aumentar a auditabilidade para o processo eleitoral – Foto: Wikipédia
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Equipes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da USP trabalham na inovação do sistema eletrônico de votação. Essa parceria faz parte do convênio de cooperação firmado em 2021 para buscar novas tecnologias aplicadas ao processo eleitoral. Mediante análises de dispositivos dos programas eleitorais, especialistas simularam uma votação com a utilização de três urnas conectadas para atuarem simultaneamente em uma mesma seção eleitoral, como forma de agilizar o processo de votação. O professor Wilson Ruggiero, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais e do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Poli, coordena esse projeto e explica o processo em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Segundo o professor, esse convênio propõe duas atividades. A primeira é a participação do laboratório no teste público de segurança do sistema atual, enquanto o TSE convida as pessoas para fazer o teste. A segunda atividade é chamada de “eleições do futuro” e consiste em desenvolver, através da aplicação de novas tecnologias, os próximos passos do sistema eletrônico de votação.

Os integrantes do laboratório foram para Brasília em novembro de 2021 para a realização de 29 testes. Houve também a participação de universidades públicas e privadas, especialistas da Polícia Federal e especialistas independentes interessados na violação de urnas eletrônicas. “A atuação desses especialistas foi fortemente colaborativa, porque, além de plano de ataques, eles trazem propostas de mitigação caso identifiquem alguma falha”, descreve o professor.

Identificação de vulnerabilidade

Professor Wilson Vicente Ruggiero em fórum na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Foto: Leonardo Bitzki

Um aspecto importante dos objetivos do TSE que Ruggiero destaca é a identificação da “vulnerabilidade”, quando ocorre a violação do sigilo do voto e “falhas”. “Este ano ninguém conseguiu identificar uma vulnerabilidade, foram 29 planos de ataque. Desses, 24 não conseguiram êxito e os outros cinco não conseguiram ultrapassar a segunda barreira. Com essas identificações, o TSE promove mitigações. Este mês de abril será reservado para repensar essas correções e no mês de maio os investigadores retornam a Brasília para verificar se o problema persiste ou não. Esses processos fazem com que o sistema eleitoral continue cada vez mais forte”, conta o professor.

Os objetivos desses estudos são a redução de custos do sistema, com a diminuição de equipamentos e funcionários; para isso, o professor afirma que há a investigação para possibilitar o compartilhamento de três urnas em três ou quatro seções. Além disso, há a intenção de aprimorar características de segurança, sigilo, transparência e aumentar a auditabilidade para o processo eleitoral. O professor explica que, no sistema atual, o eleitor sai com o comprovante de comparecimento e o intuito é que haja mais informações nesse documento. Queremos incluir informações que possibilitem ao eleitor verificar, durante a votação, se a seleção registrada foi de forma correta e, após a eleição, haver a possibilidade de o eleitor verificar se o seu voto foi contabilizado naquele resultado”, ressalta Ruggiero.


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