O Brasil enfrenta uma nova epidemia de dengue. A doença, que estava em baixa há dois anos, apresentou crescimento de 600%, em comparação ao mesmo período de 2018, e tem como principal causador o vírus de tipo dois. Expedito José de Albuquerque Luna, professor do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, explica que o surto de dengue é algo esperado, pois desde sua introdução no Brasil, há 30 anos atrás, a incidência é variante.
A dengue tem como agentes etiológicos quatro vírus, os quais desencadeiam a mesma doença clínica, no entanto, a imunidade conferida pela doença é específica para cada tipo. Na última década, predominou o tipo um, mas agora o vírus tipo dois da dengue está em evidência e as pessoas ainda não desenvolveram resistência a ele.
Ainda não há vacina com alta eficácia para dengue, existe apenas um produto no mercado, mas que possui limitações em seu uso. O Aedes aegypti, causador da dengue, pode transmitir também zika, chikungunya e, potencialmente, febre amarela. Logo, o controle do vetor torna-se imprescindível. Todavia, isso é algo difícil de ser feito pois é um inseto urbano que acompanha o ser humano e já está adaptado ao meio.
A campanha de combate ao Aedes aegypti costuma ser lançada em novembro, porém, para que tivesse seu início antes do período de chuvas, foi adiantada em 2019 para setembro. Ela incentiva que cada pessoa tome dez minutos de sua semana para verificar se há focos de água parada em sua casa. A população deve reportar focos do mosquito à prefeitura do município em que vive, para que assim sejam tomadas as devidas providências. Em São Paulo, basta discar 156.
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