Entre ficção e realidade, poesia e alucinação, Martin Scorsese registra no filme Rolling Thunder Revue a mítica turnê de Bob Dylan pelos EUA que começou em 1975. Em sua coluna Ouvir Imagens, na Rádio USP, a professora e artista Giselle Beiguelman comenta o documentário (ouça o player acima) que estreou na Netflix.
“A turnê de Dylan é, no seu próprio formato, um manifesto, já que ele decidiu contrariar a leis do showbiz e, ao invés de partir para shows de estádio com 20 mil pessoas, decide rodar tocando apenas em cidades pequenas.” A professora chama atenção para cenas curiosas. “Scorsese mostra Dylan em sua gravadora, a CBS, apresentando a ideia aos empresários e recebendo um sonoro “NÃO” de resposta. E ele sai na turnê mesmo assim, com poucos recursos. É o próprio motorista do ônibus que cruza os Estados Unidos para tocar.”
Giselle Beiguelman comenta o aspecto circense da trupe eclética e enorme que inclui Joan Baez, Patti Smith e o poeta Allan Guinsberg. “O filme está mais para mocumentário do que para documentário.” E esclarece: “Mock, em inglês, quer dizer falso. Ou seja, é um pseudodocumentário. No entanto, mais importante do que essa combinação entre real e invenção, é o resgate de um momento em que um país profundamente dividido tenta se reencontrar e o testemunho que dá conta da grandiosidade de Dylan como músico, poeta e trovador”.
Mais informações sobre o filme Rolling Thunder Revue, exibido na Netflix, acesse: www.desvirtual.com
Ouvir Imagens
A coluna Ouvir Imagens, com a professora Gisele Beiguelman, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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