Nos Estados Unidos, bilionários das indústrias de tecnologia têm investido nas empresas de jornalismo. Em 2013, Jeff Bezos, da Amazon, já tinha adquirido as operações do tradicional Washington Post. Agora foi a vez do fundador da gigante Salesforce, Marc Benioff, junto com sua esposa Lynne, comprar a revista Time.
Analisando só pelo lado mercadológico, esse interesse é benéfico por injetar dinheiro em publicações que têm sucessivamente perdido receitas, e que poderiam até mesmo fechar. Mas também pode gerar certa preocupação, por concentrar o acesso que empresas de tecnologia desse porte já têm sobre um público amplo. Tudo vai depender de como os novos proprietários vão agir: preservando ou não a autonomia editorial do veículo. Na história do jornalismo, já tivemos casos extremamente danosos de excesso de voluntarismo na redação por parte dos donos do jornal, como também posturas salutares, como o próprio Bezos tomou em relação ao Washington Post, respeitando a independência editorial da publicação.
O jornalista e professor da USP Carlos Eduardo Lins da Silva apresenta sua análise sobre esses movimentos. Ouça, no áudio acima, a íntegra da coluna Horizontes do Jornalismo.