Líderes populistas estão em ascensão em todo mundo. Donald Trump, Viktor Orbán, Rodrigo Duterte e Jair Bolsonaro são exemplos. Todos são figuras caracterizadas por um discurso marcante e de grande peso simbólico. O professor Alessandro Soares, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, explica que políticos utilizam estratégias para impulsionar determinadas emocionalidades que se supõem irracionais.
Na realidade, não há dicotomia entre razão e emoção, esclarece ele. “São discursos e disputas de determinadas perspectivas de mundo e realidade”, pontua ao Jornal da USP no Ar. Visto esse cenário, a psicologia política ganha relevância na Academia. Soares aponta os afetos como um elemento permanente na tomada de decisão. Um voto eleitoral representa vínculos de confiança e simpatia. “Uma economia com problemas entra em depressão”, assinala.
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Já as revoltas espalhadas pelo mundo, como as do Chile, significam um descontentamento ou uma desilusão com gestores, políticos, condições e o próprio sistema atual. Mesmo o risco de perder o olho, ou a própria vida, em conflito com a institucionalidade representada pela polícia, fica menor frente à possibilidade de mudança, de vislumbre de um futuro melhor, de acordo com o professor.
Soares organiza o VIII Encontro Paulista de Psicologia Política – Emoções e Política: liberdade, democracia e garantia de direitos, que ocorre de quarta-feira (4) até sexta-feira (6). Ele conta que esse campo da ciência surgiu em 1860, mas não ganhou a notoriedade de seus pares, como a antropologia e a psicologia social. No entanto, desde os anos 90 a disciplina cresce no Brasil e nos anos 2000 ganhou a Associação Brasileira de Psicologia Política. O evento contará com simpósios, conferências, lançamentos de livros e teatro. O organizador convida todos para o evento gratuito. O local é a EACH, acessível pela linha 12 da CPTM.
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