
Em 2025, as novas gestões municipais terão como uma questão central as adaptações das cidades aos impactos da crise climática. Entre os setores que demandam mais atenção está o energético. Redes municipais de energia elétrica têm sofrido com as mais diversas alterações de clima, gerando alto consumo de energia, quedas constantes no fornecimento e aumentando os custos tanto para as distribuidoras quanto para os consumidores.
Para o professor Fernando de Lima Caneppele, docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, as cidades precisam se atentar mais à manutenção da vegetação urbana. “Uma das medidas fundamentais para essa transição é estabelecer parcerias estratégicas com concessionárias de energia para o manejo adequado da vegetação urbana. A falta de manutenção das árvores próximas à rede elétrica pode resultar em quedas e falhas durante tempestades, ocasionando interrupções no fornecimento de energia”, detalha.

Outro aspecto crítico para aumentar a eficiência energética é a climatização adequada nos prédios públicos, como escolas e hospitais. “O uso de sistemas mais modernos e eficientes não só contribui para o conforto e a saúde das pessoas, como também reduz o consumo de energia. Sistemas de ar-condicionado com alta eficiência energética, como os que utilizam tecnologias inverter, podem diminuir significativamente o gasto energético em períodos de maior calor, tornando o uso de recursos mais sustentável”, afirma o docente.
Sistemas públicos
A eficiência energética dos sistemas públicos também passa pela instalação de sistemas mais modernos. “Um sistema de geração distribuída, por exemplo, funciona bem. A produção de eletricidade no próprio local de consumo não apenas reduz a dependência das redes tradicionais, mas também alivia a carga sobre a infraestrutura de transmissão e promove a autossuficiência dos municípios. Essa descentralização proporciona maior resiliência ao sistema, especialmente em momentos críticos de crise ou de falhas na rede principal”, elucida.
Para o professor, são os entes públicos que devem liderar a transição energética e os empenhos em favor do meio ambiente. “Ao investir em infraestrutura sustentável e implementar tecnologias de eficiência energética, a administração pública mostra que é possível adotar práticas que beneficiem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, gerem economia. Esse compromisso inspira empresas e moradores locais a seguirem o mesmo caminho e contribui para o crescimento de uma cultura de sustentabilidade coletiva, além de atrair investimentos em tecnologias limpas e gerar empregos locais”, finaliza.
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