Robôs marcam presença no turismo em diversos setores, desde o alimentício até o aéreo

Lucia Silveira Santos explica e exemplifica a robotização presente em diferentes partes de uma viagem

 01/03/2024 - Publicado há 1 ano
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“Aplicativos e assistentes virtuais estão se tornando essenciais para os turistas”, diz Lúcia Silveira Santos – Foto: GCN

 

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Robôs. Nos filmes, eles vão desde o famoso Exterminador do Futuro, protagonizado por Arnold Schwarzenegger, aos queridos moradores de Robópolis, da animação Robôs. Mas a presença deles não se limita às telonas. Então, na sua próxima viagem, você pode encontrá-los em restaurantes, hotéis e até aeroportos. 

“Originalmente, os robôs foram utilizados principalmente na produção industrial, para realizar tarefas repetitivas ou que não exigissem criticidade. Conforme essa tecnologia avançou, robôs mais sofisticados foram desenvolvidos para utilização em situações mais complexas“, diz Lucia Silveira Santos, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

Onde eles estão

O Henn na Hotel — algo como “hotel esquisito” em português —, no Japão, entrou para o Guinness Book como primeiro hotel robótico do mundo em 2015. Embora atualmente tenha substituído muitos por seres humanos, os robôs tinham a função de recepcionistas, concierges e até dentro das acomodações, controlando a luz, a TV e tocando músicas.

Lúcia Silveira Santos – Foto: EACH

A rede de hotéis Hilton, em 2016, inaugurou o Connie, concierge robô com inteligência artificial. Ele conseguia responder às perguntas dos hóspedes e sugerir soluções em tempo real. A companhia hoteleira Starwood também testou um robô-mordomo — com direito a gravata borboleta e corpo preto e branco — que oferecia serviço de quarto. A rede Yotel possui o robô-mensageiro, para transporte de bagagem, comidas e outras coisas.

“Aeroportos vêm robotizando tarefas como limpeza, segurança e até mesmo assistência aos passageiros. O aeroporto sulcoreano Incheon possui robôs que ajudam os viajantes a encontrar seus portões de embarque e que transportam comida e bebida”, comenta Lucia. Ela acrescenta que “os robôs de serviço também podem ser usados ​​na gastronomia, atuando como bartenders e garçons. Recentemente, também começaram a atuar como cozinheiros.”

Além disso, aplicativos como chatbots e assistentes virtuais podem ajudar com traduções e recomendações personalizadas, conforme as preferências do viajante.   

Hasta la vista, baby?

Será que os robôs vieram para ficar? O que o futuro reserva para esse tipo de tecnologia, principalmente aplicada ao turismo? “A robotização no turismo oferece benefícios como eficiência, precisão e capacidade de funcionar 24 horas por dia. No entanto, é preocupante que robôs estejam substituindo empregos humanos”, explica a pesquisadora.

Mas Lucia acrescenta que, por outro lado, “pesquisadores do setor acreditam que essas novas tecnologias podem ajudar com as tarefas comuns, aumentando o tempo disponível das pessoas, o que pode incentivar o setor de viagens”. Mesmo assim, continua sendo importante observar o avanço dessa tecnologia e pensar sobre as discussões éticas e sociais que, com certeza, surgirão.


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