Instituto da Criança faz transplante hepático imediato em casos graves

“Devolvemos para a sociedade aquilo que ela investiu aqui na Universidade”, comenta Uenis Tannuri sobre os serviços oferecidos pelo HC

 02/09/2019 - Publicado há 5 anos
.

..

.

Logo da Rádio USP

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), comemora os 30 anos do primeiro transplante de fígado. O programa foi iniciado em setembro de 1989. Cerca de 850 pacientes portadores de doenças hepáticas terminais foram submetidos ao transplante, o que significou uma nova perspectiva de vida a crianças antes condenadas ao óbito em curto espaço de tempo. Roxane Ré, do Jornal da USP no Ar, conversa com o professor Uenis Tannuri sobre o trabalho que o instituto está entregando para a sociedade brasileira.

Fachada do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Atualmente, o Instituto da Criança é o maior centro universitário de transplante hepático pediátrico do País e um dos mais expressivos do mundo. Os casos atendidos no instituto são os de maior gravidade e complexidade, sendo que cerca de 80% dos pacientes são provenientes de outros estados da Federação. O professor Tannuri explica que, aproximadamente, 60% das crianças que carecem de transplante são acometidas por uma doença chamada atresia de vias biliares. Trata-se do acometimento das vias biliares do fígado, que evolui para uma cirrose e leva o paciente a óbito.

Instituto da Criança desenvolveu a possibilidade do transplante hepático inter-vivos – Foto: Divulgação / HC-FMUSP

“Outra doença muito grave na criança, e que temos uma grande expertise aqui no instituto, é a hepatite fulminante”, discorre Tannuri, e avança: “A criança está bem, mas de repente desenvolve uma falência hepática aguda! Caso não faça o transplante, ela morre em poucas horas, ou no máximo em poucos dias”. Para esses casos, o Instituto da Criança desenvolveu a possibilidade do transplante hepático inter-vivos. O instituto consegue preparar um doador em poucas horas e realizar o transplante no mesmo dia. “Posso dizer, com muito prazer e realização, que essa é a interface mais maravilhosa da Universidade com a sociedade. Devolvemos para a sociedade aquilo que ela investiu aqui no Hospital das Clínicas”, comenta o professor sobre o trabalho de extensão prestado pela USP, de forma gratuita.

Uenis Tannuri rememora uma fala do reitor da USP, professor Vahan Agopyan, na qual ele enfatiza a importância da extensão universitária, como a prestação de serviços que a Universidade oferece à sociedade. No entanto, Tannuri lamenta a pouca visibilidade que a grande mídia dá para isso: “Me chateia muito ver que as universidade estrangeiras têm maior repercussão na mídia”.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.