O Ato Institucional Número Cinco ( AI-5) completou 50 anos no último dia 13. Naquele dezembro de 1968, entre os dias 19 e 31, houve um pacote de quase 40 decretos-leis, todos sobre economia, que levaram ao chamado “milagre econômico” nos cinco anos posteriores. “Embora seja discutível que houve, de fato, um milagre”, questiona o professor José Eli da Veiga.
Em tempos de normalidade democrática, a aprovação dos decretos demandaria muita negociação com o Congresso. Segundo o colunista, tudo foi feito com base na ideia de que o crescimento econômico pode ser facilitado na supressão da liberdade da democracia. “O professor Delfim Netto vem repetindo isso nos últimos 50 anos”, afirma Eli da Veiga.
O colunista lembra que a China seguiu essa orientação de suprimir a democracia. “Se compararmos com o Brasil, aquele país oriental disputa hoje com os EUA as principais questões geoeconômicas, como a inteligência artificial, semicondutores e robótica. Ao contrário, o Brasil consegue, no máximo, ser um exportador de produtos primários.” Fica então a questão: por que aquele grupo de militares e civis, como Delfim Netto, apesar de tantos poderes, não conseguiu fazer as opções estratégicas corretas? “As opções foram errôneas”, considera o colunista.
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