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A vontade de disseminar informações de qualidade sobre o atendimento ao aborto previsto na Lei nº 12.845 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi o que motivou a ex-aluna de doutorado da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Ana Carolina Arruda Franzon, a criar a série de podcasts Aborto legal, serviço essencial, produzido pela Alma Londrina Rádio Web em parceria com a Rede Feminista de Saúde.
No período em que esteve na USP, de 2014 a 2018, Ana foi doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, sob orientação do professor João Paulo Souza, que segue as linhas de pesquisa de Processo Saúde-Doença e Saúde Materna e Perinatal.
A ideia de falar sobre a interrupção legal da gravidez surgiu apenas no final de 2020 quando Ana, que também é jornalista e pesquisadora em saúde pública, participou de evento sobre comunicação e aborto e se deu conta das “muitas barreiras à comunicação”. Assim, decidiu investir na “disseminação de informações verdadeiras, de qualidade técnica acurada, cientificamente estabelecidas” sobre o tema.
O objetivo dos podcasts, segundo a pesquisadora, é suprir essa demanda por informações de qualidade e fortalecer o trabalho de quem está na linha de frente, conduzindo essa política pública. O resultado foi a publicação de dois episódios sobre serviços de “referência para o atendimento de aborto previsto em lei”, realizados pelo Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU-UEL) e pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (Nuavidas/HCU-UFU).
Em que situações o aborto é legal?
“O podcast descreve como dois serviços de saúde implementam os mesmos protocolos, de modos diferentes, em duas cidades médias do interior do País, conversando diretamente com as provedoras do cuidado”, diz Ana. A pesquisadora deseja alcançar “mulheres e meninas, suas famílias ou redes de apoio”.
O primeiro episódio da série, Cuidados em saúde no SUS: Como funcionam os serviços de aborto legal, recebe Maria Lucia Maximiano, assistente social e chefe da Divisão de Serviço Social do HU-UEL, e Mariana Hasse, psicóloga, professora da Faculdade de Medicina da UFU e integrante do Comitê Gestor do Nuavidas. Mariana, que tem mestrado e doutorado em Ciências da Saúde pela FMRP e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, respectivamente, também é colega de Ana Carolina nas pesquisas sobre o tema.
No programa, as entrevistadas respondem às principais perguntas sobre a lei de aborto no Brasil, como: quem pode acessar os serviços e como chegar até o atendimento no hospital; quais são as etapas e documentos necessários para a autorização da interrupção da gestação; e o que acontece após a alta hospitalar. Este episódio pode ser ouvido pela Alma Londrina, pelo Spotify ou no player abaixo.
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Já no segundo episódio do podcast, Inovação, ciência e tecnologia para avançar o acesso ao aborto no SUS, Ana conversa com Helena Paro, médica ginecologista e obstetra, professora da Faculdade de Medicina da UFU e coordenadora técnica do Nuavidas, e Mariana Prandini Assis, pesquisadora e advogada popular feminista no Coletivo Margarida Alves.
Juntas, as convidadas falam sobre os impactos da pandemia do coronavírus para serviços de atenção à saúde reprodutiva, explicando a importância de serem mantidos mesmo diante do “cenário de contingenciamento da crise sanitária global”. São apresentadas duas abordagens de cuidado inovadoras e cientificamente consolidadas que foram introduzidas como política pública no País em 2020, via Sistema Único de Saúde. Acesse este episódio pela Alma Londrina, pelo Spotify ou clique no player abaixo para ouvir.
https://open.spotify.com/episode/4pYY9IPnqGPwLlRuId4K4m?si=0OTaV72MR5umyzeE90dabQ&nd=1.