Atualizado dia 12 de maio de 2017, às 11h22

Nesta madrugada de 12 maio morreu Antonio Candido, escritor, crítico literário, sociólogo e Professor Emérito da USP e Unesp e doutor honoris causa da Unicamp e UFPE. Ele estava internado há quase uma semana no Hospital Albert Einstein para tratar de uma obstrução gástrica. O velório está sendo realizado no próprio hospital até as 17 horas de hoje. Neste sábado, será realizada uma cerimônia de cremação apenas para família e amigos.
A Reitoria decretou luto oficial na USP, nos dias 12, 13 e 15 de maio. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP informou em comunicado no seu site que as aulas foram suspensas hoje devido ao falecimento do seu Professor Emérito.
Antonio Candido de Mello e Souza nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Em 1939, ingressou no curso de Direito e de Ciências Sociais e Filosofia, ambos na USP. Ele desistiu do Direito no quinto ano, mas se formou em Ciências Sociais e Filosofia, em 1942, mesmo ano em que iniciou sua carreira universitária na USP, como professor assistente, a convite de Fernando de Azevedo.
Tornou-se livre-docente de Literatura Brasileira, em 1945, e doutor em Ciências, em 1954, com a tese Os Parceiros do Rio Bonito, sobre o caipira paulista e sua transformação, publicada em 1964. Em 1974 passou a professor titular de Teoria Literária e Literatura Comparada na então Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, atual Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, cargo em que se aposentou em 1978. Mas permaneceu ligado à pós-graduação e à orientação de trabalhos acadêmicos.
O professor estreou como crítico literário ainda na época de universitário, em 1941, na revista Clima, que foi fundada por ele, pelo crítico de teatro Décio de Almeida Prado (1917 – 2000), o crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes (1916 – 1977), e a ensaísta Gilda de Mello e Souza (1919 – 2005), entre outros.
Entre suas obras mais influentes e polêmicas em crítica literária está a Formação da Literatura Brasileira, lançada em 1959, na qual estuda os momentos decisivos da formação do sistema literário brasileiro. Antonio Candido foi casado com Gilda de Mello e Souza, professora de Estética na FFLCH, que morreu em 2005.
Em 2012, Antonio Candido esteve na inauguração da Biblioteca Gilda de Mello e Souza, cujo acervo tem como destaque publicações sobre artes visuais e áreas conexas. Seu núcleo gerador foi formado pela coleção de livros sobre artes pertencentes à professora Gilda, primeira docente de estética da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e esposa do crítico literário. Veja vídeo sobre a abertura do espaço:
Ouça no link abaixo a entrevista sobre Antonio Candido dada pela diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, ao programa Via Sampa, da Rádio USP (93,7 MHz). Transmitida ao vivo no dia 12 de maio, a entrevista foi feita pelo radialista Mário Sant, apresentador do programa, que tem produção de Heloisa Granito.