O Brasil vai sair desta pandemia ainda mais pobre e mais desigual do que já era. Mas este, talvez, seja o momento ideal para iniciar um grande movimento de “vigilância cidadã”, para desmontar esse cenário histórico de desigualdade, de preconceitos, e iniciar a construção de um país mais justo, mais tolerante e verdadeiramente democrático.
Essa foi uma das mensagens principais da última edição do USP Talks, dia 6 de outubro, que recebeu as professoras Eunice Prudente, da Faculdade de Direito (FD), e Lilia Schwarcz, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), para falar sobre populações vulneráveis e as desigualdades sociais no Brasil.
“A pandemia talvez seja o momento de enfrentarmos essa desigualdade social. Quem sabe agora”, afirmou Eunice, que é a primeira docente negra da Faculdade de Direito e tem um longo histórico de combate ao racismo e defesa dos direitos humanos no Brasil — temas que ela aborda frequentemente, também, em suas colunas semanais na Rádio USP.
“O Brasil é um país profundamente desigual”, destacou Lilia, que é antropóloga e historiadora, com vários livros e artigos publicados sobre as raízes do autoritarismo, das desigualdades sociais, do racismo e outras formas de discriminação na sociedade brasileira. Segundo ela, a injustiça começa ao tratar negros, pardos e mulheres como “minorias” no Brasil, visto que esses grupos, na verdade, são maioria na população brasileira. São “maiorias minorizadas”, definiu ela.
O USP Talks é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, que busca apoiar a divulgação da ciência e reforçar o relacionamento da Universidade com a sociedade. Os eventos anteriores podem ser vistos no canal USP Talks e no Canal USP do YouTube.
Veja a íntegra do evento abaixo.
https://youtu.be/lRfwrjZfDrk