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Fundado em 2003 pela Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Gestão do Esporte (Gepae), então denominado como Grupo de Estudos e Pesquisa em Administração Esportiva, foi um dos pioneiros da área no Brasil. Com a Gestão do Esporte se consolidando a cada ano, e atentos a essa crescente demanda por aprofundamento acadêmico, estudantes e profissionais do mercado, liderados pela professora Flávia da Cunha Bastos, criaram o Gepae, que tem hoje papel central na difusão de pesquisas sobre o tema no País.
Inicialmente, o objetivo era integrar profissionais e alunos interessados em aperfeiçoar e aprofundar conhecimentos na área, com pesquisas teóricas e aplicadas. Adicionalmente, o grupo propunha a visão interdisciplinar da área, desenvolvendo estudos sobre temas como Marketing Esportivo, Economia do Esporte, Políticas Públicas e Terceiro Setor. Além disso, para difundir conhecimento, o grupo também vem promovendo diversos eventos científicos – em 2005, organizou um congresso sobre Gestão Esportiva, o primeiro sobre o tema na América Latina, dando origem a várias iniciativas no País, incluindo a fundação, em 2009, da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp), que, atualmente, reúne pesquisadores de todas as regiões.
Nessas duas décadas de trabalho, foram publicados 69 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais, dois livros e diversos capítulos de livros nacionais e internacionais. Os trabalhos desenvolvidos no Gepae também geraram até o momento 11 dissertações de mestrado e três teses de doutorado. Segundo a professora Flávia, coordenadora do grupo, a produção científica de excelência é uma grande contribuição do Gepae para a Gestão do Esporte.
A Gestão do Esporte é um campo de atuação promissor para o profissional da área”
Flávia da Cunha Bastos, do Gepae
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Perfil do Gestor do Esporte
A principal meta do Gepae é traçar o perfil do gestor de esporte no Brasil, tema inclusive do primeiro trabalho científico, Perfil do administrador esportivo de clubes socioculturais, publicado em 2006 pela Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. O trabalho envolveu a coleta de informações de gestores de atividades esportivas de sete clubes paulistas, com dados como gênero, idade, formação e funções dentro da organização. Pesquisa essa que se conecta ao mais recente projeto do grupo, que busca ampliar o levantamento com informações de gestores do esporte de todo o País.
O estudo, intitulado Gestor (a) do Esporte Brasil: perfil, atuação e competências”, já congrega dados de aproximadamente 300 gestores. Embora os resultados ainda não tenham sido divulgados em sua totalidade, a coordenadora destaca que grande parte dos gestores que responderam ao questionário é graduada em Educação Física. Isso consolida o fato de que a Gestão do Esporte é um campo de atuação promissor para o profissional da área. Na EEFE, a recente reestruturação da graduação reconheceu a importância dessa formação, ao criar o Bacharelado em Educação Física com Ênfase em Treinamento e Gestão do Esporte.
Políticas públicas na área
Embora seja evidente a importância das boas práticas de gestão nas organizações esportivas, a coordenadora explica que, no Brasil, há uma carência de um sistema de caracterização e estruturação dessas organizações. Isso, segundo ela, dificulta a sua gestão e proposição de políticas públicas adequadas. Um tema explorado pelo grupo, que propõe um modelo teórico no artigo Organizações Esportivas: Conceitos, (Des)Entendimentos – proposta de modelo teórico unificado para o Brasil, publicado em 2020 na Revista de Gestão e Negócios do Esporte. O trabalho traz uma proposta por meio da qual as organizações esportivas brasileiras poderiam ser categorizadas, organizadas e estruturadas.
Atualmente, o grupo integra, junto do Grupo de Pesquisa e Estudos em Comunicação e Marketing no Esporte (Gepecom), o Laboratório de Gestão, Políticas, Marketing e Comunicação em Esporte e Educação Física (Lagecom). Inclui uma visão interdisciplinar da área, desenvolvendo estudos sobre temas como Marketing Esportivo, Economia do Esporte, Políticas Públicas e Terceiro Setor, e seguindo a tendência internacional de pesquisas na área, como informa a coordenadora, tem desenvolvido estudos sobre diversidade de gênero e racismo no esporte. Seu legado inclui o desenvolvimento e a validação de instrumentos, ferramentas e conhecimentos que poderão contribuir com a área acadêmica da Gestão do Esporte, essencial para aprimorar ações de gerenciamento, captação de recursos, programas de governança nas organizações esportivas, entre outros.
Mais informações sobre o grupo e sua produção acadêmica no site, por telefone (11) 3091-2308 ou pelo e-mail: flaviacb@usp.br.
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Texto adaptado da Assessoria de Comunicação da EEFE-USP