
Você tem dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis? A “Fer” pode responder. Ela é uma personagem virtual criada pela equipe campeã da Maratona Hackhealth de Prevenção Combinada do HIV, promovida pelo Ministério da Saúde, nos dias 23 e 24 de junho.
Elias Teixeira de Oliveira, aluno da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, integrou a equipe vencedora Combinad@s. Eles desenvolveram uma página no Facebook ligada a um chatbot (abreviação em inglês para robôs que fazem a função específica de chat, ou diálogo), com uma personagem virtual que foi diagnosticada com HIV/Aids e, através de postagens, convida os usuários para conversas.
Segundo Oliveira, o chatbot traz duas possibilidades: as pessoas podem falar com a “Fer” sobre dúvidas relacionadas às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), ou os usuários podem compartilham suas experiências, medos e anseios. “Como ainda é um protótipo, a ferramenta foi testada apenas entre os integrantes da equipe e não tem respostas para todas as perguntas que o público pode levantar, mas continuamos aprimorando.”
O estudante de enfermagem disse que o protótipo desenvolvido na maratona será analisado pelo Ministério da Saúde para ser utilizado de forma mais viável nas estratégias de prevenção combinada do HIV. Ele destacou que a personagem criada para o chatbot, a princípio, não teria gênero. No entanto, surgiram dificuldades em criar uma linguagem neutra e, por isso, eles optaram pelo feminino.
Estratégias
A prevenção combinada é uma estratégia que faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção (biomédica, comportamental e estrutural) aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.

A maratona, que durou 36 horas, promoveu a discussão de novas tecnologias e abordagens na área da prevenção combinada do HIV, com o objetivo de criar novas estratégias para alcançar o público jovem. Segundo Oliveira, “a taxa de infecção cresce muito entre jovens, então é importante entender o porquê desse fenômeno”.
Este ano, a Maratona Hackhealth teve a participação de 39 jovens, entre 18 e 28 anos. Dentre eles, haviam programadores, desenvolvedores, designers e aqueles que conhecem a estratégia utilizada pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento do HIV/Aids, como Oliveira que pesquisa HIV e também é o presidente-fundador da Liga de Estudos de Gênero e Sexualidade (Legs) da EERP.
Além de Oliveira, a equipe campeã era formada por Daniel Pereira Bartolomeu (Unip Sorocaba), Bruno Nascimento (UFMG), Fernanda Valle (Rio Grande do Sul), André Silva (Maranhão), Alex Gonçalves (UFMG), Ronisson Cabral (PUC- Goiás) e Rodolfo Isolani (PUC-Sorocaba).
Ouça a entrevista de Elias Teixeira de Oliveira no link acima.