As nanobolhas já são utilizadas em outros países com sucesso na despoluição de águas superficiais. Por aqui, os testes com esse tipo de tecnologia serão realizados em pesquisa que está sendo empreendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. “Iremos analisar a eficiência da aplicação das nanobolhas para a melhoria da qualidade da água do Rio Pinheiros, em São Paulo. Os testes serão realizados em dois canais da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) localizados junto à Usina Elevatória de Traição e devem começar em cerca de dois meses, quando a montagem do equipamento estará completa.
A engenheira Paula Vilela afirma que a tecnologia pode ser utilizada em qualquer sistema de aeração artificial de meios aquáticos. Paula realiza a pesquisa no pós-doutorado junto ao Departamento de Saúde Ambiental da FSP, sob orientação do professor Pedro Caetano Mancuso. Ela utilizará um gerador que produz nanobolhas em dimensões inferiores a 50 nanômetros – o que equivale a 0,00005 milímetros. Além do tamanho diminuto, as nanobolhas se comportam de maneira diferente das bolhas visíveis a olho nu. Elas não flutuam em direção à superfície nem se rompem rapidamente. Podem durar por várias horas ou até alguns meses. Deslocam-se com menor velocidade e são mais estáveis do que as bolhas maiores.
Para realização dos testes, o gerador de nanobolhas será integrado a uma bomba centrífuga, uma cápsula geradora de ozônio e um painel de comandos elétricos. “Não existe uso de produto químico nem geração de resíduos”, afirma Paula. As nanobolhas produzidas por esse tipo de sistema costumam ser feitas de ar, gás oxigênio ou ozônio. A engenheira espera observar a depuração dos contaminantes como próprio resultado do movimento das nanobolhas.
O podcast Os Novos Cientistas vai ao ar toda quinta-feira, às 8 horas, dentro do Jornal da USP no Ar, que é apresentado diariamente pela jornalista Roxane Ré (das 7h30 às 9h30) na Rádio USP FM (93,7 MHz).
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