Segundo a professora Marisa Midori, a queima de livros é um assunto inesgotável e será abordado durante o mês de junho em sua coluna Bibliomania. “Primeiro, porque desperta muita curiosidade entre os amantes do livro, mas também porque a temática é vez ou outra evocada.” A professora deixa claro que se refere à história da destruição dos livros, mais especificamente às fogueiras de livros.
“Queimar livros não é simplesmente uma ofensa, tampouco um ato de censura ou só isto. Embora a censura possa se apresentar como um ato bem mais grave do que a ofensa a um indivíduo. Ela é uma ofensa e algo mais. Queimar livros é muito mais do que maldizer a leitura, embora este tipo de ofensa tenha ocorrido no Brasil não faz muito tempo. Queimar livros é um gesto inominável, é uma violência extrema. Queimar livros é uma dupla violência, ela é física e simbólica. Por esse motivo, as queimas de livros constituem capítulos marcantes e dolorosos na história da humanidade”, afirma a professora.
Marisa Midori relata que são muitos os capítulos, e talvez inumeráveis, que remontam desde a Antiguidade até a época contemporânea. A professora comenta que o historiador Lucien Polastron identificou pelo menos dez passagens em que os livros ou bibliotecas inteiras alimentaram as fogueiras da insanidade, da violência e da desumanidade, e que a estes casos somam-se ainda os incêndios acidentais, seguindo então para uma lista de alguns capítulos importantes do século 20.
Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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