O Brics forma um conjunto de países realmente significativo. Ele nasceu em 2005, reunindo, além do Brasil, a Rússia, a China e a Índia. Em 2010, a África do Sul foi admitida. A palavra Brics resulta da junção da primeira letra da denominação em inglês de cada um desses países, sendo a letra B correspondente ao Brasil. À época da articulação e expansão do Brics, esses países tinham um comum um peso econômico relevante e em crescimento, e o desejo de se valer dessa condição para promover mudanças na governança internacional, tradicionalmente conduzida sob hegemonia dos Estados Unidos e da União Europeia. De certa maneira, esse propósito se mantém no encontro desta semana na cidade sul-africana de Joanesburgo, em que estarão presentes os presidentes dos cinco países, com exceção de um deles, Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Putin é alvo de uma ordem de prisão expedida em março deste ano pelo Tribunal Penal Internacional; por essa razão, o presidente russo participará de forma remota, por meio de uma videoconferência. Esse fato é representativo do principal problema associado à reunião do Brics, que é a ausência dos direitos humanos como tema de referência no debate sobre os grandes desafios globais de nossa época.
O próprio objetivo anunciado para a reunião do Brics é indicativo da ausência do tema dos direitos humanos. Enfatiza-se apenas o fortalecimento da parceria entre os membros para a aceleração do crescimento, o multilateralismo inclusivo e, de forma bastante vaga, o desenvolvimento sustentável. Segue o link para acesso ao site oficial da reunião do Brics que está ocorrendo em Joanesburgo, de responsabilidade do governo da África do Sul. Através dele, será possível tomar contato com os eventos e as declarações da reunião.
Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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