Na coluna Reflexão Econômica desta semana, o professor Luciano Nakabashi fala sobre os impactos negativos da pandemia na economia brasileira e as perspectivas para sua retomada com o avanço da vacinação.
Segundo Nakabashi, a vacinação é somente uma das pré-condições para a retomada da economia brasileira, que tem sido prejudicada em função de outros elementos, como os aumentos dos gastos do governo, o que eleva a relação dívida/PIB. “Isso seria até normal, mas como a situação fiscal estava ruim antes da pandemia e não aconteceu nenhuma medida relevante que pudesse aliviar essa situação, somado aos ataques ao teto dos gastos, a falta de medidas para aliviar o orçamento federal e, ainda, a instabilidade política, a retomada da economia não aconteceu como deveria.”
O professor lembra que o ano eleitoral em 2022, cujo debate já está acontecendo, também é um agravante que causa muita incerteza e afeta o investimento e a retomada da economia como um todo. O cenário é complexo, diz Nakabashi, acrescentando que nele se somam a inflação e o aumento dos juros, elementos que devem ter um impacto mais forte em 2022. “Se, por um lado, os juros seguram a inflação, por outro, afetam a questão fiscal e isso piora o cenário num momento em que a taxa de desemprego está alta.”
O economista lembra que essa é uma situação complexa e um processo de retomada vai passar pelo processo eleitoral, de quem será o presidente e qual o perfil dele em termos de políticas econômicas. “Não depende só do presidente eleito perceber o que é importante, mas de ter habilidade para construir um consenso para que as reformas importantes sejam aprovadas, também em relação a questão fiscal, e que tome medidas para aumentar a produtividade do trabalho na economia brasileira, e com isso tudo atrair o capital privado. A retomada das reformas é essencial para voltar aos trilhos do crescimento sustentável”.
Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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