Nesta edição da coluna Minuto do Cérebro, o professor Octávio Pontes analisa se há evidências de que as mudanças climáticas podem influenciar o risco de morte e sequelas por AVC. Segundo ele, um estudo global de 30 anos, realizado por pesquisadores da Universidade Central do Sul, na China, investigou o impacto das mudanças climáticas nas mortes e incapacidades por Acidente Vascular Cerebral (AVC) relacionadas a temperaturas extremas. Os pesquisadores coletaram dados de 204 países e territórios de 1990 a 2019, incluindo informações climáticas e de saúde. “Eles compararam as temperaturas médias com os dias mais quentes e mais frios de cada região e avaliaram a incidência, mortalidade e incapacidade funcional relacionada ao AVC no período”, ressalta.
O estudo revelou que mais de 500 mil mortes por AVC em 2019 foram atribuídas a temperaturas extremas, tanto quentes quanto frias. Além disso, afirma Pontes, foram identificados 9,4 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) devido ao AVC relacionado a temperaturas não ideais. “As temperaturas extremas aumentaram a carga global de AVC, especialmente em populações mais velhas e em áreas com disparidades no atendimento médico. As temperaturas frias estavam associadas a mais mortes por AVC do que as temperaturas quentes. O estudo destacou que tanto o frio intenso quanto o calor extremo contribuem para o aumento do risco de AVC. As limitações incluem a falta de investigação sobre a causalidade entre as temperaturas extremas e o AVC, bem como a falta de consideração a outros fatores de risco, como hipertensão e colesterol alto”, analisa Octávio Pontes.
O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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