O governo brasileiro deverá tomar ainda este ano uma das mais importantes decisões, que trará um impacto direto na vida da população, do setor privado e da indústria: a licitação sobre a utilização do 5G no Brasil, como explica o embaixador Rubens Barbosa: “Vai ter um impacto sobre a economia brasileira a médio e a longo prazo, além de tornar as companhias mais competitivas, mais eficientes, e o que está em jogo é quem vai transferir essa tecnologia para o Brasil”.
A empresa chinesa Huawei é a companhia mais competitiva e a líder no setor. A disputa da hegemonia tecnológica entre Estados Unidos e China se reflete na pressão estadunidense a países do continente europeu para que não aceitem. “Os Estados Unidos dizem que é uma questão de segurança, que os equipamentos da Huawei têm o que eles chamam de black door“, que permite que a China tenha acesso a informações sigilosas; entretanto, ainda não foram apresentadas provas que comprovem isso.
Apesar de o Brasil também sofrer pressão por parte dos EUA, para o embaixador, deve-se defender o interesse nacional. “A licitação deveria ser mantida neste ano, não excluir nenhuma companhia, ganhando a que tiver melhor preço e a melhor tecnologia.” Segundo Barbosa, o adiamento do processo da licitação, a fim de evitar as tensões externas, não resolverá o problema: “Quanto mais cedo se avançar a utilização dessa tecnologia, melhor”.
Diplomacia e Interesse Nacional
A coluna Diplomacia e Interesse Nacional, com o professor Rubens Barbosa, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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